Selic a 10,75%: É hora de fugir dos Fiagros? Confira visões de analistas
O Comitê de Política Monetária (Copom) voltou reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.) na reunião de quarta-feira (20). Com isso, a taxa básica de juros deixa o patamar de 11,25% e vai para 10,75% ao ano.
Como aconteceu após o corte realizado pelo Copom no fim de janeiro, o Agro Times ouviu alguns especialistas sobre os reflexos para os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais, os Fiagros.
Caio Nabuco de Araujo, analista de investimentos da Empiricus Research, ressalta que a maioria das carteira dos Fiagros é indexada ao CDI+, e, com isso, uma queda dos juros tende a reduzir marginalmente o rendimento dos fundos.
“Isso não significa que eles estão menos atrativos. Acredito que o cenário de atratividade deve ser analisado de um ponto de vista relativo. Com a renda fixa caindo, como os Fiagros possuem spreads mais elevados, eles ainda continuam com rendimentos bem interessantes comparados ao histórico. O principal fator de preocupação para os fundos envolve o risco de crédito”, explica.
- LEIA TAMBÉM: Como ficam os seus investimentos depois da decisão do Copom sobre a Selic? A edição especial do Giro do Mercado traz as respostas no dia 21 de março, às 12h. Inscreva-se para assistir à transmissão gratuitamente.
Hora de desistir dos Fiagros?
Para Tarik Thome, sócio e analista de Renda Fixa da Arton Advisors, acredita em uma possível migração na indústria dentro do próprio universo dos Fiagros. “Podemos ver os investidores buscando alternativas em IPCA+ ou mesmo fiagros indexados ao dólar. Esse pode se tornar um movimento mais comum com esses juros mais baixos”, avalia.
Araujo, da Empiricus, volta a lembrar o último ano mais difícil para o agronegócio, especialmente para o produtor de grãos, que viu suas margens comprimirem.
“Esse cenário afetou a capacidade de pagamento de alguns devedores do setor, o que consequentemente levou a casos de inadimplência, algo que persiste, mas que pode mudar, já que o agronegócio trabalha em ciclos. Sendo assim, o setor não deixou de ser atrativo, mas o momento exige mais cuidado e disciplina na hora de investir.”
No que diz respeito à queda de juros, isso pode ser benéfico já que existe uma migração de ativos de renda fixa”, finaliza.