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Selic a 10,50%? Onde 33 gestores estão investindo já de olho no Copom desta quarta (19); veja

19 jun 2024, 11:47 - atualizado em 20 jun 2024, 8:51
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Maioria dos gestores acredita que o Copom deve manter a Selic em 10,50% esta reunião (Imagem: Getty Images)

94% dos gestores acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a taxa básica de juros em 10,50% na reunião desta quarta-feira (19), segundo a pesquisa da XP investimentos realizada com 33 gestores multimercados entre 05 e 12 de junho.

Com isso, houve aumento nas projeções da Selic até o final de 2024. Os participantes acreditam que a taxa finalizará o ano no atual patamar, o que configuraria o fim do ciclo de flexibilização da política monetária.

Em linha, as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no fim de 2024 subiram de 3,7 para 3,8%. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, a expectativa, desde a última pesquisa, se manteve em 2,1%.

A percepção ruim para economia local também é destaque. Enquanto 60% dos gestores têm uma perspectiva negativa para a economia brasileira, há um maior otimismo para economia global. 47% dos pesquisados pontuam otimismo com a saúde econômica ao redor do mundo, contra 23% da pesquisa anterior.

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Onde os gestores estão posicionados?

Ainda segundo a pesquisa da XP, houve uma redução para 75% dos gestores aplicados em juros Brasil. “Observamos uma redução das posições aplicadas (-18 pontos percentuais) em Brasil, mas ainda é um consenso importante. A principal mudança é o instrumento, com foco maior em juros reais ao invés de nominais”, afirmam Clara Sodré e a equipe de analistas de fundos.

Nos países desenvolvidos, em contrapartida, houve aumento de 23,79 p.p. das posições aplicadas, indicando maior apetite por cortes de juros do que já precificado pelo mercado. O movimento pode ser reflexo dos ruídos advindos do mercado local e o excesso de volatilidade dos ativos causados por eles.

Em relação às bolsas de valores, os gestores vêm aumentando a exposição nas internacionais e reduzindo na B3. As posições compradas em bolsa caíram de 85% em março para 65% em junho. Por outro lado, os dados mais fortes da economia global segue sustentando maior otimismo e consenso em exposição às bolsas internacionais.

“No cenário global, um otimismo maior com o desempenho da economia e os impulsos tecnológicos (vide Inteligência Artificial) seguem trazendo otimismo para a bolsa global. O percentual de gestores comprados em bolsas internacionais cresceu 23 p.p. desde o início do ano”, afirmam.

“Já para a bolsa local, temos noticiado o inverso. Os ruídos advindos de Brasília, uma maior desconfiança com o desempenho da economia local e juros ainda altos seguem reduzindo o apetite por maior risco em bolsa (queda de 6 p.p. frente ao último mês e 18 p.p. no ano)”, completam.