Economia

Selic a 10,50% e reforma ministerial: Lula critica um e descarta o outro; ‘sem explicação’ e ‘sem necessidade’

21 jun 2024, 11:35 - atualizado em 21 jun 2024, 12:39
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Lula critica patamar elevado da Selic e descarta reforma ministerial (Imagem: REUTERS/Adriano Machado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou a possibilidade de uma eventual reforma ministerial. “Não vejo nenhuma necessidade de fazer reforma ministerial. Estou muito satisfeito com meus ministros”, disse Lula em entrevista à Rádio Meio, de Teresina, nesta sexta-feira (21).

“A hora que precisar eu vou mudar as pessoas, mas agora eu estou com um governo muito bom. A gente está em época da ‘colheita’ e na época da ‘colheita’ nós vamos precisar de mais gente dentro do que fora”, afirmou.

Lula também não conteve elogios aos ministros: “todos muito competentes”. Além disso, destacou o otimismo com o Brasil, dizendo que nunca esteve “em um momento de tanta certeza [com o país] como agora”.

Na última semana, circulou na imprensa que o presidente teria informado a seus aliados que pretende fazer uma reforma ministerial, junto às eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal — que acontecem em fevereiro de 2025.

A ideia do petista seria usar a reforma como moeda de troca com os partidos nas negociações para a escolha dos sucessores de Arthur Lira (PP) e de Rodrigo Pacheco (PSD).

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Lula volta a cutucar o Banco Central

Na entrevista de hoje, Lula também voltou a criticar a postura do Banco Central (BC) na reunião desta semana e o sistema financeiro.

“O sistema financeiro brasileiro não está preocupado em fazer investimento na produção. Ele está preocupado em especular e é por isso que a taxa de juros fica a 10,50% sem nenhuma explicação”, disse.

Ontem (20), em entrevista à Rádio Verdinha, o presidente já havia afirmado que é “uma pena” que o Comitê de Política Monetária (Copom) tenha mantido a Selic no patamar de 10,50% ao ano. “Quem perde é o povo do Brasil”, lamentou.

“A decisão do Banco Central foi investir no mercado financeiro e nos especuladores. Não vejo o mercado falar de quem necessita do Estado, o povo trabalhador”, exclamou.