Selic a 10,25% ou 10,50%? Veja as apostas para o Copom desta semana
O Comitê de Política Monetária (Copom) deve desacelerar o ritmo de cortes na Selic já na reunião desta semana, avaliam os analistas do mercado. A reunião do Banco Central acontece na terça (7) e na quarta-feira (8).
Diante da postergação de cortes de juros nos Estados Unidos, da atividade doméstica robusta e das expectativas de inflação ascendentes, a projeção de que o corte será de 0,25 ponto percentual (p.p.) é predominante. Assim, a taxa deve cair para 10,50% ao ano.
Na última reunião, quando reduziu a Selic de 11,25% para 10,75%, o Banco Central tirou o plural das projeções de corte de 0,50 p.p. No comunicado de março, os membros do Copom sinalizaram que “anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião”.
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No entanto, os discursos mais hawkish (incisivos) dos membros do Comitê fizeram os mercados mudarem a rota de projeções.
O analista da Empiricus Research, Matheus Spiess, destaca que a possibilidade de o Federal Reserve demorar mais para reduzir os juros tem sido mencionada frequentemente por Roberto Campos Neto como um fator de risco significativo.
“Para os ativos de risco, a continuidade do ciclo de redução de juros seria ideal. No entanto, reduzir a Selic de forma precipitada sem suporte do ambiente internacional poderia desestabilizar o câmbio, com consequências adversas para a inflação”, diz.
A XP Investimentos avalia também que as perspectivas de inflação estão mais desafiadoras devido a razões internacionais e locais. “Parece razoável esperar uma condução mais gradual da flexibilização monetária”, dizem os analistas.
Selic terminal
Depois de ajustar a projeção para a reunião do Copom de maio, a Empiricus elevou a expectativa para a Selic terminal.
“A projeção mediana para a taxa Selic ao final do ciclo de política monetária foi ajustada de 9,50% para 9,75%”, diz Spiess.
Já a XP está ainda mais cautelosa e vê, agora, a taxa terminal em 10%. “O Copom precisará atingir uma taxa Selic terminal mais elevada”, reiteram os analistas.