Economia

0,25 pp ou 0,50 pp? Veja quando o Copom deve pisar no freio e as apostas para a Selic

07 maio 2024, 17:55 - atualizado em 10 maio 2024, 16:50
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É consenso entre o mercado que Copom vai desacelerar o ritmo de cortes na Selic em 2024 (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Já é consenso entre o mercado que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve desacelerar o ritmo de cortes na taxa Selic. O que ainda está sendo discutido é quando o comitê do Banco Central (BC) vai pisar no freio.

Uma parcela do mercado — a maioria — vê a autarquia reduzindo o corte para 0,25 ponto percentual (p.p.) já na reunião de amanhã (8). O Bank of America, o Santander, o UBS BB e a XP Investimentos são alguns dos que projetam um corte dessa magnitude.

Desde a última reunião do Copom, o aumento da incerteza foi o grande argumento para a guinada na comunicação dos diretores do BC. A postergação da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos, a atividade doméstica robusta e as expectativas de inflação ascendentes passaram a preocupar mais.

A XP defende que o comitê precisará atingir uma taxa terminal mais elevada para compensar os efeitos da taxa de câmbio mais depreciada e atividade econômica mais forte. “Prevemos três cortes sequenciais de 0,25 p.p. e taxa Selic terminal em 10%”, dizem os economistas Caio Megale, Rodolfo Margato e Alexandre Maluf.

Já o UBS diz que, uma vez que o comitê optar por um ritmo mais lento, os membros manterão esse ritmo em todas as reuniões de 2024. “Acreditamos que o comitê continuará cortando até o final do ano e esperamos que a Selic termine 2024 em 9,25%”, afirmam Alexandre de Azara, Fabio Ramos e Rodrigo Martins.

Os economistas do mercado, entretanto, avaliam que a decisão pode ter dissenso dentro do próprio Copom.

Copom vai manter corte de 0,50 p.p. na Selic?

A possibilidade de uma redução de 0,50 p.p. na Selic em maio não é nula. A Warren e o BTG Pactual, por exemplo, consideram que também há bons argumentos para um corte na mesma magnitude das reuniões anteriores.

A Warren ressalta que, em março, o Copom já havia ligado diversos sinais amarelos, como as incertezas relativas ao processo desinflacionário nos EUA e, no âmbito doméstico, a permanência da desancoragem das expectativas, a dinâmica da inflação de serviços e os riscos vindos da solidez da atividade e do mercado de trabalho.

Assim, os membros explicitaram que o cenário de maior incerteza quanto ao processo desinflacionário local e global requeria maior flexibilidade para a condução da política monetária e decidiu por indicar redução de mesma magnitude na “próxima reunião”, deixando de usar o plural.

O BTG ainda destaca outros quatro pontos que podem fazer alguns diretores defenderem um corte maior:

  1. pequena depreciação do real;
  2. potencial inflação de 2025 em 3,3% pelo modelo de pequeno porte do Banco Central, vis-à-vis os 3,2% da reunião de março;
  3. melhora da inflação corrente; e
  4. alívio internacional dos últimos dias, com payroll abaixo do esperado e FOMC mais suave (dove).

“Independente da decisão, será necessário um comunicado mais duro para o BC controlar as novas desancoragens da expectativa de inflação e a retirada do forward guidance parece ser consensual entre todos os agentes de mercado”, avalia Álvaro Frasson, do BTG.

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