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Seguro rural, Plano Safra e Lula: Ex-ministro da Agricultura faz balanço do 1º ano de Fávaro e lança projeções para 2024

05 jan 2024, 11:12 - atualizado em 05 jan 2024, 11:12
agricultura fávaro roberto rodrigues
Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura entre 2003 e 2006, foi o primeiro chefe da pasta no primeiro governo Lula (Foto: Divulgação)

Há 21 anos, Roberto Rodrigues, engenheiro agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) atuou como ministro da Agricultura no primeiro mandato de Lula como presidente da República.

Entre 2003 e 2006, quando esteve à frente da pasta, o Brasil e o mundo atravessaram pelo “boom das commodities”, quando o preço dos principais ativos agrícolas dispararam no mercado internacional.

O Agro Times conversou com o antigo ministro, que falou sobre o primeiro ano do atual chefe da pasta, Carlos Fávaro, assim como o que ele vê como prioridade para 2024 no setor.

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O primeiro ano de Fávaro

Para Rodrigues, Carlos Fávaro tem atuado como um bom ministro da Agricultura. “Como produtor e líder rural que ele é, conhece profundamente as demandas do setor e trabalhou firme para supri-las. Ele cuidou bem da área internacional e costurou importantes acordos, além de ter criado mais adidos agrícolas para ampliar nossa participação externa”, diz.

Segundo ele, Fávaro deu maior atenção para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e esteve próximo às entidades do agro.

“No entanto, ele teve dificuldades institucionais no começo porque a pasta havia sido ‘fatiada’, perdendo para outros ministérios muitos setores relevantes, nem sempre convergentes com a agricultura, conseguindo nomear seu secretário de política agrícola em dezembro, com quase 12 meses de governo, sendo que essa é uma peça fundamental para a pasta”, discorre.

Quanto ao seguro rural, Rodrigues ressalta que Fávaro lutou por mais valores, percebendo que o El Niño traria prejuízos para a safra brasileira.

“Infelizmente, a área econômica do governo de forma equivocada não percebeu essa importância e forneceu recursos insuficientes, que acabaram em setembro de 2023 pela alta demanda dos produtores rurais. Porém, os vetos ao marco temporal e aos defensivos agrícolas também foram perdas ao ministério, já que os mesmos não ajudaram a agricultura”, analisa.

Em relação ao Plano Safra, Rodrigues acredita que foi um bom programa, com recursos significativos e uma visão relevante quanto à sustentabilidade.

Prioridades para 2024 na agricultura

Na visão do ex-ministro, os desafios para o ano ficam por conta dos impactos do El Niño e as oscilações nos preços das commodities agrícolas.

“Para 2024, mas também para 2025 e 2026, é necessária uma estratégia consistente que permita que o país tenha um papel de protagonismo naqueles que são os quatro cavaleiros modernos do apocalipse: segurança alimentar, segurança energética, mudanças climáticas e desigualdade social. Estes temas assolam os cidadãos do mundo inteiro e o Brasil tem uma capacidade para ajudar nessas questões a partir de acordos comerciais e tecnológicos, para desenvolvermos ainda mais a sustentabilidade e o cooperativismo, criando uma política de renda ao campo, que não existe”, completa.

Por fim, Rodrigues ressalta que a pauta da logística tem sido deixada de lado há muito tempo no Brasil. “É um setor que necessita muito de Parceria Público-Privada (PPP), só que o setor privado só fará parcerias com o governo se sentir segurança jurídica e retornos plausíveis com os investimentos a serem realizados, que exigem reformas que ainda não foram implementadas pelo governo, mas o tema da logística precisa ser resolvido com urgência”, finaliza.

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