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Seguradoras dos EUA obtêm piores desempenhos em aspectos de ESG

29 maio 2021, 9:00 - atualizado em 27 maio 2021, 20:31
Apenas 13% têm políticas que excluem investimentos em empresas que violam conscientemente os direitos humanos e trabalhistas e 17% (Imagem: Unsplash/imandrewpons)

American International Group, Nationwide Mutual Insurance e Genworth Financial estão entre as seguradoras com os piores desempenhos nas áreas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês), de acordo com um relatório da organização sem fins lucrativos ShareAction.

As empresas americanas, juntamente com as chinesas Ping An Insurance Group e People’s Insurance Company (Group) of China, receberam as pontuações mais baixas da ShareAction nas questões de governança, mudança climática, biodiversidade e direitos humanos.

A francesa Axa foi classificada em primeiro lugar, seguida pela alemã Allianz, embora nenhuma das 70 seguradoras, que supervisionam um total de US$ 22 trilhões em ativos, tenha recebido a nota máxima pela ShareAction, que disse que as políticas e práticas ESG no setor de seguros estão aquém das adotadas em outros setores financeiros.

Com o mundo enfrentando um aumento das temperaturas e um rápido declínio da biodiversidade, as seguradoras podem desempenhar um papel importante na avaliação e gerenciamento de riscos e também podem contribuir para a prevenção deles.

Ainda assim, na maioria dos casos, a ShareAction descobriu que as empresas não estão fazendo o suficiente para resolver esses problemas.

“As seguradoras estão melhor posicionadas do que qualquer outro tipo de instituição financeira para exercer pressão sobre as empresas insustentáveis, já que elas não podem operar sem seguro”, disse Felix Nagrawala, um dos autores do relatório, em comunicado. “Mas estão falhando em usar essa influência. Apesar da suposta experiência do setor em gestão de risco, as seguradoras continuam a ignorar os riscos sistêmicos da mudança climática e da perda de biodiversidade.”

No geral, há muito mais coisas que as seguradoras podem fazer. O relatório constatou que cerca de 15% das avaliadas têm políticas para restringir o uso de fontes com grande nível de carbono, como areia betuminosa, óleo de xisto ou extração de óleo do Ártico, enquanto nenhuma estabeleceu metas de biodiversidade, como o desmatamento.

Apenas 13% têm políticas que excluem investimentos em empresas que violam conscientemente os direitos humanos e trabalhistas e 17% têm um conselho com experiência em sustentabilidade.

Ainda assim, quando quiserem, as seguradoras podem causar um grande impacto sobre essas questões.

Por exemplo, a Axa está deixando de atender a gigante de energia alemã RWE porque as operações com carvão da concessionária são muito grandes e a empresa está se movendo muito lentamente para reduzir os seu rastro de carbono, disseram pessoas familiarizadas com o assunto em março.

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