Seca num lado e chuvas, no outro. Se não mudar rápido, soja a US$ 14,50 e milho a US$ 7
Em pouco tempo, o quadro da soja da safra 21/22 se inverteu drasticamente, para queda na produção. No milho verão, se agravou.
Agora, “é irreversível”, comenta o analista Vlamir Brandalizze, apontando para um volume esperado da oleaginosa já um pouco abaixo da campanha passada.
Cerca de 19 milhões de toneladas a menos entraram na conta desta safra. A margem de 140 a 145 milhões/t, que se projetava, foi perdida.
Em relação ao milho, “pode cair mais”, dos 8 a 10 milhões/t já creditados.
Com o quadro, o principal grão brasileiro tende a buscar os US$ 14,50, enquanto US$ 7 para o cereal pode ser a meta, se o quadro climático não apresentar alguma melhora nesta semana.
Nesta terça (28), às 8h10 (Brasília), o primeiro renova, mais modestamente, as fortes últimas valorizações, com mais 0,69%/US$ 13,80 (março); o segundo, está acima de 0,30%/US$ 6,16.
A seca no Sul já vinha contabilizando perdas, mas ainda segurava algum suporte, até que as primeiras colheitas no Paraná começaram a mostrar um quadro mais grave.
Nos últimos dias, as chuvas em excesso, acima do Sudeste, injetaram mais preços por perda de produtividade.
No rateio de Brandalizze, Rio Grande do Sul e Paraná perdem 7,5 milhões/t cada um de soja; Santa Catarina 1 milhão; Mato Grosso do Sul 2 milhões; e Mato Grosso, até agora, 1 milhão.
Ao final de fevereiro, quando tudo tiver sido colhido, o analista enxerga 135 milhões/t de soja. Ou 130 milhões/t se não mudar nos próximos dias.
Para o milho, a régua vai entre 20 e 22 milhões/t, contra as expectativas iniciais da temporada de 30 milhões, pela quebra de 3,5 milhões nos campos paranaenses e o mesmo tanto nos gaúchos, mais um tantinho de 1 milhão de redução em Santa Catarina.