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Seca mais severa em décadas na Argentina posterga início do plantio de milho

15 set 2022, 15:06 - atualizado em 15 set 2022, 15:06
Milho
Na Argentina, terceiro maior exportador mundial de milho, o plantio do cereal normalmente começa nessa época na principal região agrícola, o leste do país (Imagem: Pixabay)

As condições mais secas em quase 30 anos nas principais regiões agrícolas da Argentina estão dificultando o início das tarefas de plantio de milho, apontam analistas do setor, que se recordam da “grande estiagem” de 2008/09, quando as perdas da safra foram dramáticas.

Na Argentina, terceiro maior exportador mundial de milho, o plantio do cereal normalmente começa nessa época na principal região agrícola, o leste do país.

No entanto, já se passaram quase quatro meses desde que praticamente nenhuma chuva foi registrada na vasta planície do Pampa, deixando os produtores de dezenas de localidades esperando a água necessária para iniciar os trabalhos, embora as previsões também não sejam favoráveis.

“Esta é uma das situações mais complexas que vimos nas últimas décadas. Temos que dizer que é o pior cenário de plantio de milho nos últimos 27 anos”, disse à Reuters Cristian Russo, agrônomo-chefe da Bolsa de Rosário (BCR).

Segundo a BCR, na campanha de milho 2022/23 seriam plantados 8,2 milhões de hectares, ante 8,6 milhões no ciclo anterior, principalmente devido à estiagem que faria muitos agricultores preferirem plantar mais soja, cuja implantação começa mais tarde –deixando mais tempo para a chegada da água–, com menor demanda de investimento.

No entanto, essa estimativa foi feita há pouco mais de um mês, quando ainda havia esperança de que pelo menos uma frente de chuva cairia sobre as áreas agrícolas do país, o que não aconteceu.

“Na zona central (agrícola) e partes de Córdoba, os atrasos no início dos trabalhos ocorreram de forma massiva. O cenário atual é desanimador”, disse Andrés Paterniti, analista de safras da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (CBD).

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Uma nova “grande seca”?

Os últimos três meses de seca coincidiram com o inverno austral, que na Argentina é tradicionalmente um período seco, embora não nos níveis observados este ano.

No final de setembro começa a primavera no hemisfério sul, o que para o país sul-americano significa o início de uma das épocas mais chuvosas para os campos. Mas, como nas duas últimas temporadas, a presença do fenômeno climático La Niña operaria como uma limitação dessa chuva tão necessária.

Segundo dados do Governo, no ciclo 08/09 a safra de milho caiu 40% em relação ao ano anterior, para 13,1 milhões de toneladas, enquanto a safra de soja recuou 33%, para 46,2 milhões de toneladas.

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