Seca e fertilizante caro incentivam plantio de soja na Argentina
Os agricultores argentinos enfrentam um terceiro ano consecutivo de seca, mas este ano eles têm uma estratégia diferente: plantar mais soja.
Pela primeira vez desde 2015, os produtores do cinturão agrícola dos Pampas devem expandir a área plantada com a oleaginosa enquanto tentam proteger seus negócios do clima adverso.
É uma mudança inesperada porque o milho vinha sendo favorecido em relação à soja nas safras passadas para enfrentar o estresse hídrico.
Este ano, no entanto, o milho ficou menos vantajoso. O grão usa muito mais fertilizante, que ficou muito mais caro com a invasão russa da Ucrânia.
Os agricultores estão relutantes em gastar muito em uma safra que deve ter rendimentos baixos, em lavouras ressecados. Com isso, a soja, que é mais barata de plantar, está de volta.
O mercado observa a Argentina de perto porque é o maior exportador mundial de farelo de soja, usado como ração animal, e de óleo de soja, usado tanto para cozinhar quanto como biocombustível.
Qualquer aumento na oferta do país sul-americano afetaria os mercados globais e se tornaria um fator significativo para os preços de alimentos, que vêm subindo e recentemente atingiram recordes.
No trecho mais produtivo dos Pampas, conhecido como zona núcleo, “os agricultores estão mudando a maneira como encaram a safra: estão na defensiva”, disse Cristian Russo, responsável pelas estimativas de safra na Bolsa de Comércio de Rosário. “Estamos vendo muitos deles mudarem para a soja porque isso reduz o risco.”
O plantio de soja pode se expandir para 17 milhões de hectares, dos 16,3 milhões da temporada passada, disse Martin Lopez, analista da Bolsa de Grãos de Buenos Aires. Com certeza, isso não está nem perto dos recordes de 20 milhões de hectares em meados da década de 2010. Em uma previsão preliminar no mês passado, a bolsa de Rosário disse que a área de soja pode crescer 4%, com a área plantada de milho encolhendo cerca de 3%.
Quanto mais tempo ficar seco, maior será a mudança, disse Lopez. “Tudo depende de outubro”, disse. “Se não chover em outubro, veremos mais plantio de soja.”
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