Seca dos IPOs: Presidente da CVM tem perspectiva de melhoria para o Brasil; confira
O mercado de oferta pública inicial de ações (IPO) brasileiro enfrenta um período de seca. Sem listagem há dois anos, o cenário é diferente do visto em 2021, quando a B3 registrou 46 IPOs. Contudo, há expectativa para a retomada das ofertas.
Estudo global da EY, o Global IPO Trends Q1 2024, aponta otimismo para essa retomada, no entanto, a depender das conjunturas econômicas abrirem espaço para a entrada de novas empresas. E a visão de João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) se alinha com a pesquisa.
No MKBR24, evento sobre mercado de capitais promovido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e pela B3, Nascimento destacou que o país enfrenta, desde 2022, um período desafiador para o mercado de ações e ofertas públicas, mas que se trata de um contexto global, que, inclusive, tem impactos menos nocivos para o Brasil em comparação com outros países.
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“O Brasil está esperando um cenário macroeconômico que abra uma janela de oportunidade, para realizar ofertas de ações”, apontou.
Ele ainda chamou atenção para o número de 700 companhias abertas com registro na CVM, contudo, dentre as companhias listadas na B3, só tem 420.
“Existe aí uma quantidade expressiva de companhias aguardando uma janela de oportunidade, um momento adequado para voltarem a realizar distribuições públicas de valores imobiliários. Esse é um indicador positivo em favor do Brasil”, ponderou.
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Para ele, o crescimento do mercado de capitais, em sentidos como aumento de participantes e investidores pessoas físicas, prepara o “Brasil para uma cesta de muitas oportunidades”.
Em sua apresentação no evento, contou ainda os avanços da agenda regulatória da CVM, que aponta como contribuidoras para esse crescimento. Além disso, reforçou o trabalho da Comissão em torno da democratização deste mercado.
Mercado de IPOs tem sinais de otimismo?
O estudo elaborado pela EY aponta uma perspectiva retomada dos IPOs no Brasil para o segundo semestre de 2024.
“Espera-se que as empresas que estrearão em 2024 sejam lucrativas e em escala de setores tradicionais. No entanto, isto depende de uma melhoria do contexto do mercado, incluindo a perspectiva de taxas de juro de um dígito, entre outros fatores”, diz a pesquisa.
Globalmente, no primeiro trimestre deste ano o mercado de IPOs caiu em número, mas cresceu em receita, segundo os dados do estudo, que apontam um aumento de receita em 7%, de US$ 22,1 bilhões para US$ 23,7 bilhões em comparação com o mesmo período do ano passado, mas uma queda em 7% na quantidade de ofertas públicas de 307 para 287.