Seca dos IPOs: Menos de 10% das novatas superou o Ibovespa (IBOV) em 10 anos; confira
O último IPO de uma companhia brasileira aconteceu em dezembro de 2021, quando o Nubank (NU) fez a sua estreia oficial na bolsa norte-americana. Na bolsa brasileira, a última oferta pública inicial foi da Vittia (VITT3), em setembro do mesmo ano.
Depois disso, o mercado entrou em uma seca de IPOs — e pior: são poucas as empresas novatas que conseguiram superar o Ibovespa (IBOV) nos últimos 10 anos.
Uma pesquisa da Seneca Evercore aponta que, desde 2014, o mercado registrou 93 ofertas públicas no Brasil. Destas, 84 companhias seguem na bolsa, sendo que somente 15 delas, ou seja, 17,9%, tiveram um desempenho positivo em relação ao seu preço fixado no IPO.
Já um grupo menor, de oito empresas (9,5%) tiveram uma performance superior ao IBOV: Ambipar (AMBP3), Cury (CURY3), Orizon (ORVR3), Caixa Seguridade (CXSE3), Plano & Plano (PLPL3), Wilson Sons (PORT3), PetroRecôncavo (RECV3) e Grupo GPS (GGPS3).
Veja de quanto foi a valorização de cada uma desde o IPO:
Ação | Data do IPO | Valorização |
Ambipar (AMBP3) | Julho de 2020 | 385% |
Cury (CURY3) | Setembro de 2020 | 116% |
Orizon (ORVR3) | Fevereiro de 2021 | 105% |
Plano & Plano (PLPL3) | Setembro de 2020 | 52% |
Wilson Sons (PORT3) | Outubro de 2021 | 48 |
Caixa Seguridade (CXSE3) | Abril de 2021 | 44% |
Grupo GPS (GGPS3) | Abril de 2021 | 42% |
PetroRecôncavo (RECV3) | Maio de 2021 | 11% |
O levantamento destaca que o desempenho de uma ação acaba sendo influenciado pelo setor em que as empresas estão inseridas. As áreas de tecnologia, imobiliário e varejo, por exemplo, são mais sensíveis a altas taxas de juros. Já os setores de commodities e materiais básicos, por exemplo, tiveram melhor desempenho no período.
Brasil segue na seca dos IPOs
A Moove, subsidiária da Cosan (CSAN3), estava se preparando para lançar o seu IPO na Bolsa de Nova York na quinta-feira passada (10). No entanto, a empresa decidiu não prosseguir com a oferta pública inicial da Moove. O motivo, segundo a Cosan, foram as “condições adversas de mercado”.
Fontes ouvidas pelo Money Times, destacam que risco Brasil, com a questão fiscal passando a ser questionada pelos investidores, foi o problema que barrou a transação. O processo da Moove pode ser retomado só em meados do ano que vem e não há previsão de outros IPOs brasileiros no caminho antes de 2025.