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‘Se vier uma catástrofe, Itaú (ITUB4) perde 5% do lucro e o Nubank (NU) acaba’, diz gestor sobre inadimplência

16 set 2022, 12:19 - atualizado em 16 set 2022, 12:19

Os grandes bancos estão mais preparados e equipados para enfrentar crises e momentos ruins na economia do que as fintechs, afirma o gestor Breno Guerbatin, da P8 Investimentos, no 12º episódio do podcast Market Makers, apresentado por Thiago Salomão e Renato Santiago.

Durante o programa, que também contou com a presença de Felipe Campos, gestor da Navi Capital, Guerbatin citou como exemplo a inadimplência de cartões de crédito.

As novas entrantes, que explodiram entre 2018 e 2021, utilizam a linha, oferecendo cartões com limites altos para se tornarem mais competitivas que os bancões.

“Dá cartão de crédito para todo mundo, oferece limite. Um grande banco, que já tem o cliente, poderia cortar o limite. Os caras estão dando limite de maneira irresponsável e, na hora que o cliente se der mal lá, ele volta para cá. Essa, porém, não é a melhor estratégia e não é a forma que eles (os grandes bancos) atuam. Deixa o limite. E se a inadimplência no cartão de crédito for uma catástrofe, o Itaú (ITUB4) perde 5% no lucro. E o Nubank (NU)? Acaba”, exemplifica.

Guerbatin afirma que os juros baixos fazem “você tolerar muita coisa”.

“Apesar de ter uma visão de que os grandes bancos tinham chance de passar razoavelmente bem por toda essa concorrência, com os juros que estavam nos últimos anos, e os investidores dando ‘equity’ (aportando) a 10 vezes sem cobrar rentabilidade, é difícil ficar na frente”, coloca.

Em menos de um ano, a Selic, que chegou a 2%, foi a 13,75%. Do lado oposto, o papel do Nubank, que abriu capital em dezembro de 2021, derrapa 53%.

Veja o episódio na íntegra:

Bancões fortalecidos

Segundo Guerbatin, que possui ações de Itaú, Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) na carteira, outro ponto forte dos bancões é que eles possuem várias linhas de negócio.

“Sempre foi uma fortaleza dos bancos. Na hora que ele está perdendo uma coisa, está ganhando em outra. E ele usa aquilo para financiar um ‘turnaround’ na linha de negócios que não está indo tão bem “, coloca.

Além disso, o gestor lembra que os bancos conseguiram tirar o atraso tecnológico em relação às fintechs.

“Se você acessa o aplicativo do Itaú e do Bradesco e compara com três anos atrás, é outro jogo”, discorre.

Isso, de acordo com o gestor, é explicado pela capacidade de investimentos dos bancos.

“O Itaú vai fazer em torno de R$ 30 bilhões contra fintechs que não geram caixa e, se não tiver equity novo, ele não tem nada para investir. Tem R$ 50 bilhões, antes de impostos, para melhorar os produtos”, discorre.

Já Campos, gestor da Navi Capital, também diz que gosta de Itaú e que a ação é a maior posição da carteira.

“Quando olhamos para 2024, mesmo que ainda tenha um período de crédito mais difícil, há um colchão da alta de juros do resultado de tesouraria que tende a ser melhor”, argumenta.

Ele diz ainda que, mesmo em um cenário negativo com o ciclo de crédito, você não vê uma grande piora.

“E tem esse ponto de competição. Se tiver uma piora no cenário, acaba a competição”, coloca.

Veja o episódio na íntegra:

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