Se o dinheiro segue o talento, criptoativos têm um grande futuro
Nos últimos meses, teve uma transição de equipes de alto nível da indústria financeira tradicional para as startups de cripto. O dinheiro institucional vai segui-las?
Pacotes de remuneração em transações bancárias estão ainda menores do que eram antes da crise financeira global de 2008. Bancos se “desarriscaram” e diminuíram, aumentando a competitividade do mercado de serviços financeiros.
Esses fatores, combinados com o atrativo de participar de uma indústria nova e hipercrescente, explica por que alguns financiadores tradicionais se uniram ao universo do blockchain.
Financiadores estão seguindo a maré
Não são apenas os banqueiros “millennials” e desacreditados que estão indo para as empresas de bitcoin. Também há uma onda de executivos seniores estabelecendo novas funções e criando a infraestrutura necessária caso mais alguns de seus antigos colegas decidam segui-los.
Como a Brave New Coin divulgou em julho de 2018, grandes executivos de instituições financeiras tradicionais iniciaram sua migração para novos papéis na indústria dos criptoativos. Essa tendência continuou mesmo após o ápice do bear market (mercado de baixa) de cripto em 2018.
Em setembro de 2018, um grupo de ex-bancários do Union Bank of Switzerland (UBS) lançou o banco SEBA Crypto AG, localizado no “Vale do Silício Cripto” da Suíça.
Comandado pelo novo presidente Andreas Amschwand, que já havia sido o responsável pelos mercados monetário e de câmbio da UBS, o SEBA planeja se tornar um banco de criptomoedas que oferece serviços bancários tradicionais para startups de blockchain, custódia de criptoativos e serviços de gestão de ativos.
Um mês depois, o Fincross International, banco de investimento baseado das Ilhas Maurício para startups de criptoativos e de blockchain, anunciou seu lançamento após receber aprovação logo de início para uma licença bancária da Comissão de Serviços Financeiros das Ilhas Maurício (FSC, na sigla em inglês).
O novo banco é comandado pelo antigo CEO do banco privado Société Générale do Oriente Médio e da África, Eddy Abramo.
Em 2019, a tendência continuou. Em maio, o ex-executivo do Deutsche Bank, Kenan Altunis, foi escolhido como CEO do Founders Bank, de acordo com a Bloomberg.
O Founders Bank planeja se estabelecer como um banco favorável aos criptoativos, fornecendo serviços financeiros tradicionais para startups de criptomoedas e blockchain, que tenham tido relações difíceis com fornecedores de serviços bancários tradicionais.
Anteriormente, Altunis tinha comandado o Grupo de Clientes Institucionais do Deutsche Bank, em que gerenciava uma equipe de mais de mil bancários e tinha interações diretas com grandes instituições e reguladores financeiros.
Mark Yusko, fundador, CEO e CIO do Morgan Creek Capital Management, LLC, fundou a Morgan Creek Digital Assets e fez parceria com o antigo “touro” de bitcoin, Anthony Pompliano.
Os dois usam contas influentes do Twitter para defender os investidores institucionais para “sair do zero” e fazer alocações em cripto. Agora, Yusko publica relatórios frequentes em defesa do blockchain como a melhor oportunidade de investimento em décadas.
Se o dinheiro segue o talento, o dinheiro institucional deve entrar em breve no universo de cripto
Enquanto antigos financiadores mais habilidosos e bem-conectados migram para o universo dos criptoativos, irão pavimentar o caminho para o dinheiro institucional.
Quando os criptoativos tiverem um ecossistema que atenda as necessidades de investidores institucionais e a estrutura regulatória necessária, o universo de investimento em blockchain vai fornecer oportunidades cativantes.
Fidelity Digital Assets é o exemplo mais notável de tendência no momento. A empresa de investimentos já possui um número de clientes institucionais enquanto se aproxima cada vez mais do serviço de trading e de custódia de bitcoins.
Fidelity está se expandindo e seu quadro de vagas de emprego tem oportunidades para diversas funções relacionadas a criptoativos.
De forma similar, o lançamento da Bakkt em julho ajuda a atrair o tipo de “players” institucionais interessados em migrar para o universo cripto por meio de uma contraparte regulada, a Intercontinental Exchange (ICE), cujo dono é veterano da Wall Street.