‘Se meta de inflação está errada, muda-se a meta’, diz Lula
O assunto meta de inflação definitivamente voltou ao radar. Depois de Fernando Haddad comentar que conversou sobre o tema com Roberto Campos Neto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a revisão da meta seguida pelo Banco Central.
“Se a meta está errada, muda-se a meta”, disse Lula, em um café da manhã realizado com jornalistas no Palácio do Planalto, ao ser questionado sobre o que era necessário para reduzir a taxa de juros. “Vamos ter que encontrar um jeito para que o Banco Central comece a reduzir as taxas de juros”, completou.
Segundo o presidente, é “humanamente impossível” o Brasil crescer com o atual patamar da Selic. Vale lembrar que a taxa básica de juros está no patamar em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado.
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Meta de inflação
No começo do ano, o Lula iniciou um debate sobre as metas de inflação. Ele dizia que 3% era uma meta muito baixa e que isso estava fazendo com que a Selic fosse mantida em um patamar alto.
“Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7% [a meta estipulada para 2023 é de 3,25%] e quando faz isso é obrigado a arrochar mais a economia para poder atingir a meta. Por que não 4,5%, como nós fizemos?”, chegou a dizer Lula, na época.
As metas de inflação para 2023, 2024 e 2025 são de 3,25%, 3% e 3%, nesta ordem, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Depois de muita negociação, o presidente foi convencido de que aquele não era o momento para brigar por uma mudança das metas e que dados mostravam que a revisão dessas metas também não garantiam uma melhora na inflação ou na taxa básica de juros.
Banco Central
Lula também aproveitou o encontro para dizer que “não vai ficar brigando com o presidente do Banco Central”. Ele chegou a mencionar uma declaração de Campos Neto, de que, para cumprir a atual meta de inflação, a taxa básica de juros deveria ser de 26,5% ao ano.
O presidente ainda disse que os nomes que indicará para diretorias do Banco Central serão de pessoas que defendem os interesses do governo. A autarquia está com as cadeiras de diretor de Política Monetária e diretor de Fiscalização vazias.
*Com Reuters e BDM