‘Se Lula colocar um nome de mercado, não dura 6 meses’, diz gestor sobre ministério da Economia
O gestor Cláudio Coppola, da RC Gestão de Recursos, está pessimista com a condução da economia em um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao Money Times, o investidor vê um nome político comandando o ministério.
“Eu tenho a opinião de que (não será) o Lula do primeiro mandato nem de longe. Não será um Lula pró-Faria Lima. Acho que, se for um nome de mercado, não dura seis meses porque não será um Lula pró-Faria Lima”, discorre.
Coppola ainda descarta Henrique Meirelles, que é sondado para o ser o futuro ministro da Economia de Lula.
“Lula teve todas as possibilidades de indicar um ministro da Economia, que o mercado sempre adorou e quis escutar isso. Ele não indicou, principalmente no evento da última segunda-feira. Eu descarto o Meirelles como ministro da economia. Pode participar como conselheiro. Se fosse, já teria anunciado, até para dar uma sinalização ao mercado”, coloca.
O economista ganhou força desde que anunciou apoio ao petista. Em entrevista ao Money Times, o ex-BC não confirmou e nem descartou uma possível participação no governo de Lula.
O próprio candidato afirmou que seria uma loucura anunciar integrantes de um eventual ministério antes de vencer a eleição pelo Palácio do Planalto, e prometeu incluir “gente de fora” em seu ministério caso vença o atual presidente.
Coppola lembra que é preciso ser cuidadoso na escolha do ministro, já que um nome que não passe confiança pode provocar solavancos nos mercados, a exemplo do que ocorreu no Reino Unido.
“O Lula conta com o apoio dos anos do primeiro mandato dele, que foi muito bom. Hoje, o PT não mostrou nenhum plano de governo. Só falaram que vão refazer o PAC, que vai aumentar o salário mínimo, mas não tem plano de governo”, afirma.
Maioria de agentes vê Meirelles na economia de Lula
Em pesquisa realizada pela Warren com 120 agentes do mercado, incluindo traders, gestores, estrategistas e economistas, 40,8% dos entrevistados veem Meirelles como ministro da Economia.
Porém, o cientista político e diretor do Instituto Brasilis, Alberto Carlos Almeida, diz que há “zero chance” de Lula ter um economista liberal no Ministério da Economia (ou da Fazenda, caso o candidato, se eleito, volte à estrutura anterior da Pasta). E a razão é simples: “Em política, não existe Papai Noel”, afirma Almeida.
No Twitter, o cientista político explica que 90% dos agentes econômicos que pedem a Lula por um economista liberal como ministro vão votar em Jair Bolsonaro (PL).
Portanto, se o petista atender aos anseios do mercado e dos empresários, “eles votam em Bolsonaro e terão o que querem com Lula”. “Ganham com os dois resultados”.
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