Economia

Se há tendência para taxa de juros neutra é de que seja mais alta, diz Campos Neto

12 ago 2021, 15:40 - atualizado em 12 ago 2021, 15:40
Campos Neto
Em algumas ocasiões, o BC mencionou trabalhar com uma taxa neutra nominal de cerca de 6,5%, com a taxa real em torno de 3% (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira que se há alguma tendência para a taxa neutra de juros que mantém a inflação estável em torno da meta é de que seja mais alta.

Ao participar de webinar realizado pelo UBS BB, ele disse que o BC não tinha um número imediato para a taxa, mas ponderou que a autoridade segue atenta às variáveis descritas em seu balanço de riscos para a inflação.

Atualmente, a mensagem do BC é de que há assimetria altista no balanço em função do quadro fiscal brasileiro em meio à incerteza do mercado sobre a sustentabilidade das contas públicas conforme o ano eleitoral se aproxima e os desejos do governo federal de gastar mais vão sendo explicitados.

“Temos dito que olhamos para o balanço de riscos e tudo que tem impactado o balanço de riscos”, disse Campos Neto em inglês, ao ser questionado sobre a taxa neutra.

“Óbvio, quando você leva em consideração os novos dados econômicos, você começa a pensar que, se há algo, a tendência é que seja mais alta e não mais baixa, embora eu não tenha um número e não comuniquemos um número neste momento”, disse.

Em algumas ocasiões, o BC mencionou trabalhar com uma taxa neutra nominal de cerca de 6,5%, com a taxa real em torno de 3%.

Campos Neto ressaltou que, em pesquisa do BC junto aos agentes de mercado, a maioria dos economistas manteve a taxa neutra por volta de 3%, embora alguns tenham modificado o número para algo entre 3% e 3,5%.

Mais cedo nesta quinta-feira, Campos Neto já tinha reafirmado o compromisso do BC em levar a inflação para as metas, mensagem que repetiu no webinar desta tarde.

“Mensagem principal é que vamos fazer o que for preciso para atingir as metas de inflação, para ancorar as expectativas”, disse.

Diante das pressões inflacionárias, o BC aumentou na semana passada a dose de aperto monetário a 1 ponto percentual, levando a Selic a 5,25% ao ano, e também indicou que deve adotar outra elevação de igual magnitude na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro.

Desde o comunicado, o BC tem reiterado que vê a necessidade de uma Selic acima do patamar neutro para que a inflação seja domada.

No mercado, agentes já passaram a ver a Selic fechando o ano em 7,25%, conforme boletim Focus mais recente.

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