Se frigorífico sai da compra de boi, produtor também pode sair da venda, insiste GPB
Não está claro se os frigoríficos estão conseguindo driblar as necessidades de compras de boi ou mesmo se esse movimento, bastante comentado desde a semana passada, é contínuo ou intercalando a saída do mercado, dia sim, dia não.
Money Times confirmou essa ação, também considerada coordenada entre os grandes, na quinta passada (12), quando o boi caiu. Na sexta, houve pequena alta. Nesta segunda, baixas ou estabilizações.
Pelas dúvidas, produtores e entidades de referência estão aumentando a campanha para que evitem a “armadilha”, reforçando recomendações bem conhecidas, da cobertura das urgências à comercialização pequena e picada.
Do Grupo Pecuária Brasil (GPB), o coordenador Oswaldo Furlan, toca em um dos pontos cruciais, que é o apelo para só vender quem tem compromissos financeiros vencendo e sem caixa para honrá-los.
Entre também os mais premidos pelas necessidades, a recomendação é para a venda somente para os donos de boiadas com ciclo completo de confinamento, de 130 dias, pois passando esse tempo há o risco do efeito sanfona nos animais, como perda de peso.
Furlan adiciona, ainda, os pecuaristas que já ficaram sem estoques de rações e outros insumos usados na engorda a cocho.
Para os mais folgados, tanto financeiramente quanto em relação às variáveis técnicas do negócio do boi, ou que ainda conseguem manobrar algumas urgências, a pedida de sempre é a parcelização das vendas, a comercialização a conta gotas e com o máximo possível de compradores.
“Só o estritamente necessário, de preferência para as indústrias menores, deixando os grandes sem boi na escala”, afirma, fazendo menção ao poder dos players compradores na pressão sobre a oferta.
A proposta costumeira é não deixar as escalas andarem. “Se eles (frigoríficos) podem sair das compras, nós podemos sair das vendas”, completa.