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Se eleito, Lula poderia reestatizar a Eletrobras (ELET3;ELET6)? Investidor deve se preocupar?

27 maio 2022, 21:02 - atualizado em 27 maio 2022, 21:02
Eletrobras
Para retomar controle da Eletrobras o governo deve pagar 200% de prêmio sobre o valor da ação (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)

A privatização da Eletrobras (ELET3) segue a todo vapor, principalmente após a empresa divulgar o prospecto preliminar com os detalhes da oferta de ações que deve marcar a privatização da elétrica, que deve movimentar R$ 30 bilhões.

No entanto, toda estatal passa por um grande temor, o chamado risco-político, principalmente falando em ano eleitoral. O candidato líder nas pesquisas, Lula (PT), diz ser contrario ao leilão que está prestes a acontecer.

“Eu espero que os empresários sérios que querem investir no setor elétrico brasileiro não embarquem nesse arranjo esquisito que os vendilhões da pátria do governo atual estão preparando para a Eletrobras, uma empresa estratégica para o Brasil, meses antes da eleição”, disse o candidato à presidência.

Mas será que o investidor deve se preocupar com essa possível reestatização da Eletrobras caso Lula ganhe a eleição?

Do ponto de vista técnico, uma reestatização da Eletrobras no governo Lula seria muito difícil, visto que, além do valor do papel no momento, o governo teria que oferecer uma proposta com 200% de prêmio sobre o valor de mercado, segundo o edital da privatização.

Segundo o economista e professor da Universidade de São Paulo, Paulo Feldman, uma recompra das ações pelo governo seria algo muito difícil, visto o rombo público que a compra causaria.

Ele afirma que o governo teria que “pagar um valor muito alto, o que seria muito danoso”, tendo em vista que causaria um rombo enorme.

“Isso seria um problema sério no caixa do governo, pois desorganizaria ainda mais as contas públicas, porque o governo teria que aumentar ainda mais a dívida para recomprar a Eletrobras”, conclui Feldmann.

Investidor pode participar do leilão da Eletrobras sem medo?

Para o analista da Terra Investimentos, Regis Chinchila, o investidor não deve encarar grandes problemas sobre risco político de uma reestatização.

O especialista alerta que as ações da Eletrobras podem sofrer no curto prazo por causa das eleições, mas que isso seria apenas uma volatilidade devido às falas e tensões do momento, no geral, ele acredita que tudo deve passar e está otimista com o setor.

“Vale a pena participar do processo de ofertas das ações, pela potencial transformação da empresa na governança, além da visão positiva de longo prazo e atratividade que enxergo no setor de energia elétrica’, diz Chinchila.

Já Ulisses Penachio, especialista em Direito Público e sócio do PMMF Advogados, tranquiliza ainda mais quem quiser comprar a ação no leilão, pois o governo deve minimante cumprir o prêmio de 200%.

“Caso uma nova administração pretenda colocar em xeque uma contratação feita de modo regular, há mecanismos legais de proteção ao particular”, diz.

Ele também recomenda participar, com todas as precauções possíveis, do leilão da Eletrobras.

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