Se confirmado embargo francês à soja ‘legal’, abre-se novo capítulo do cerco ao Brasil
Que cresce o cerco às importações de produtos agropecuários do Brasil pela Europa não há dúvida, na sequência do alarme dado pelas queimadas que aumentaram em 2020.
Mas a valer a verdade sobre barreiras para produtos de terras legais, comprometidas com o Código Florestal, abre-se uma nova perspectiva.
O embargo de soja e carne bovina de áreas desmatadas ilegalmente já é aplicado, ou se espera que os exportadores exerçam o que dizem fazer: não originarem de áreas com litígios.
A entidade ambientalista internacional Mighty Earth comentou que as redes de supermercados Carrefour (CRFB3), Casino, Auchan, Lidl, Système U, Mousquetaires e Leclerc também vão barrar dos exportadores a soja e derivados produzidas em áreas sem litígios, e citou diretamente as trandings Cargill e Bunge. Também citou declarações de executivos das companhias.
Muito embora a soja consumida na Europa seja mais de 90% transformada em ração animal, portanto a venda em supermercado é residual – o grosso é comprado pelos criadores -, se prevalecer o anúncio será mais um capítulo que perigosamente se abre.
As redes citadas pela ONG não se pronunciaram oficialmente – e especificamente – sobre esse possível embargo a soja originada em áreas de plantações legalizadas no Brasil.
Em 2019, a França foi o terceiro maior destino do farelo de soja brasileiro, com US$ 584,6 milhões de divisas geradas ao Brasil.