Agropecuária

Se a pandemia e a China deixarem, meta de exportações de 1 milhão de boi em pé vai a 2021

21 set 2020, 12:00 - atualizado em 21 set 2020, 12:11
Exportações de animais vivos esperam superar as metas em 2022

Em 2019, o Brasil sentiu a crise econômica turca, que se arrastava desde a forte desvalorização da lira do final do ano anterior, e exportou em torno de 250 mil cabeças de gado vivo a menos. Em 2020, quando o cenário poderia ser mais favorável, a covid-19, primeiro, e a concorrência da China pela carne, depois, deixaram o clima mais desfavorável ainda.

As chances que o Brasil teria de embarcar aproximadamente 1 milhão de cabeças foi levada para 2021.

Com menos pandemia presente sobre as economias, naturalmente, e seguindo o ritmo natural das exportações anuais e de muitos países tentando reforçar sua segurança alimentar, nas expectativas da Associação Brasileira dos Exportadores de Animais Vivos (Abreav).

Em 2017, foram exportados pouco mais de 400 mil cabeças, em 2018 na altura de 800 mil, e, pulando o ano fora de curva de 2019 – quando a entidade contabiliza em torno de 450 mil embarques -, a recuperação se daria neste. Pelos dados do governo, o País mandou para fora 557 mil animais e monetizou US$ 354,6 milhões o ano passado, 36% a menos que em 2018.

Para Valdiner Bertotti, vice-presidente da Abreav, dobrar as exportações de gado em pé não é tarefa desproporcional, em condições normais.

Um dos pontos de sustentação é o avanço dos compradores árabes. Saiu a Turquia da liderança – em um mercado que já teve a Venezuela na ponta pouco antes – e entraram os árabes.

Bertotti aponta os países do Oriente Médio e do Norte da África, em especial Iraque e Egito, como mais presentes já há quatro anos. E esses destinos é que deverão manter a faixa de 250 mil animais exportados em 2020, no geral do ano.

Os negócios atuais mantêm um média mensal de 7 a 8 mil bois exportados pela janela paraense, principal origem. Em São Paulo, os negócios são pontuais.

O baque da pandemia no primeiro semestre, tanto pelo alastramento da doença e seus efeitos nas economias, quanto pela dificuldade de transportes, se somou à concorrência pela carne exportada. O preço pago pela China ajuda a tirar animal vivo do porto, com os frigoríficos ganhando a disputa pela originação, segundo o vice da Abrev.

E aqui vale o registro de que são os pequenos e médios produtores que alimentam esse mercado de boi para exportação, também como avalia a Abreav, que poderiam tirar mais proveito este ano também pela alta da ração e do câmbio favorável.