Saúde diz que vacinação contra Covid-19 em crianças deve começar em janeiro
O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (27) que a vacinação das crianças de 5 a 11 anos pode começar já em janeiro e que a decisão formal deverá ser anunciada no próximo dia 5.
Apesar das condicionantes colocadas pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga –que já afirmou não haver urgência e levantou a possibilidade de o ministério indicar a exigência de pedido médico para a vacinação–, a nota do ministério diz que a vacinação deverá ser recomendada.
“A recomendação do Ministério da Saúde é pela inclusão das crianças de 5 a 11 anos na Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), conforme posicionamento oficial da pasta declarado em consulta pública no dia 23 de dezembro e reforçado pelo ministro da Saúde em manifestações públicas”, diz o texto. “No dia 5 de janeiro, após ouvir a sociedade, a pasta formalizará sua decisão e, mantida a recomendação, a imunização desta faixa etária deve iniciar ainda em janeiro.”
Nesta segunda, ao chegar a Santa Catarina, onde passa o final de ano, o presidente Jair Bolsonaro indicou que Queiroga fará o anúncio nesta data, mas voltou a falar inverdades sobre a vacina para crianças –disse, por exemplo, que são “incipientes”– e garantiu que sua filha Laura, de 11 anos, não será vacinada.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o uso da vacina infantil da Pfizer há 10 dias, o que irritou Bolsonaro, que é notoriamente contra os imunizantes. O presidente chegou a dizer que iria revelar o nome dos servidores que autorizaram o uso. No dia seguinte, os funcionários e diretores da Anvisa passaram a receber ameaças, o que levou à abertura de um inquérito pela Polícia Federal.
O Ministério da Saúde abriu uma consulta pública sobre a aplicação da vacina em crianças, mas o processo foi extremamente criticado, já que não seguiu nenhum parâmetro de confidencialidade e nem os instrumentos do próprio governo usados para esse tipo de medida.
Além disso, especialistas apontaram que assuntos técnicos e que precisam de decisões técnicas não devem ser discutidos pelo público leigo.