Satisfeita com o dólar, Petrobras não sobe gasolina e etanol cai sem competitividade
Petróleo subindo (US$ 74,38, +0,60%, às 9h50) e etanol hidratado em liquidação diária nas distribuidoras. Isso só está acontecendo pela combinação de dólar baixo (R$ 5,05) e consumo lento.
A Petrobras (PETR4) não reajusta a gasolina porque acredita que suas despesas cambiais compensam a alta do óleo cru, o mercado de biocombustível não antecipa as compras porque já entendeu a política da estatal de que desse jeito não haverá aumento do concorrente e o etanol sente a rejeição do consumidor porque a competitividade vem deprimida.
“A gasolina está cara, mas o etanol também ficou caro, acima de R$ 4 na bomba, e as vendas caem por conta da perda da paridade”, informa Paulo Strini, trader e analista do Grupo Triex.
Em alguns postos de bandeira, passa de 80% a paridade, no estado de São Paulo, maior centro produtor de sucroenergia.
A trading está observando a possibilidade de que os preços caiam nas usinas esta semana, apesar de que ainda acredita numa “oferta contida” neste terceiro mês do início da safra no Centro-Sul.
Na semana passada, o hidratado ficou praticamente estável, segundo o Cepea, sendo vendido na usina a R$ 3,004, mais 0,07% de aumento, depois de mais 4,17% na semana anterior.
Nas distribuidoras lotadas em Paulínia (SP), as elevações da semana passada estão sendo devolvidas nos dois primeiros dias desta. Na terça recuou 1,58%, igualmente segundo o Cepea, com o litro ofertado a R$ 2,966.
Para o segundo semestre, Strini enxerga o cenário mais positivo para o etanol. A redução da moagem, pela menor disponibilidade de cana (a seca derrubará a produção), e o aumento sazonal do consumo nesse período – e aposta em altas do petróleo com muitas economias saindo da pandemia -, serão fatores de estímulo aos preços.