Saraiva: Ações fecham em queda de 27% após prejuízo 90,4% maior no segundo trimestre
As ações da Saraiva caíram nesta quarta-feira (4) após a empresa divulgar o resultado do segundo trimestre de 2019, reportando prejuízo líquido de R$ 71,685 milhões, o que representa alta de 90,4% em relação aos R$ 37,657 milhões registrados um ano antes. Já nos três primeiros meses de 2019, as perdas foram de R$ 63,837 milhões.
Os papéis preferenciais (SLED4) fecharam em queda de 1,69%, negociadas a R$ 1,74. Já os ordinários (SLED3) despencaram 27,19%, vendidos a R$ 1,58.
A receita líquida, considerando lojas e e-commerce, tiveram forte queda de 57,3%, na base anual, indo de R$ 364,565 milhões para R$ 155,827 milhões. Já entre janeiro e março, o resultado havia sido de R$ 204,762 milhões.
Desta forma, o Ebitda ajustado da companhia foi negativo em R$ 56,423 milhões, contra os -R$ 29,465 milhões de um ano atrás, equivalendo a um avanço de 91,5%. No 1º trimestre do ano, o resultado havia sido, também no vermelho, de R$ 47,095 milhões. Assim, a margem Ebitda variou de -8,1% para -36,2% em 12 meses.
Recuperação Judicial
A Saraiva (SLED4) anunciou na quinta-feira passada que seu plano de recuperação judicial foi aprovado e será levado para homologação da Justiça. O plano envolve a companhia e sua controlada Siciliano, afirmou a empresa por meio de fato relevante.
Maior rede de livrarias do país, a Saraiva pediu recuperação judicial em novembro passado, após não conseguir acordo com fornecedores para renegociação de dívidas. A empresa listou no pedido débitos de 675 milhões de reais.
De acordo com site do jornal Folha de S. Paulo, a mudança na direção era um pedido que foi realizado há cerca de 20 dias por 21 editoras de livros, entre elas quatro líderes de mercado, como Companhia das Letras, Melhoramentos, Nova Fronteira, Moderna, FTD e outras.
Diante do impasse, a companhia se viu obrigada a adiar a assembleia de credores por diversas vezes.
Plano
A rede de livrarias, na proposta apostava, firmou o compromisso de contratar em 20 dias, após a homologação, uma empresa para recrutar e elaborar uma lista com três nomes indicados para assumir a presidência da companhia.
Essa consultoria será também responsável por indicar nove nomes para ocupar pelo menos uma vaga no conselho de administração, com os credores tendo o poder de veto de quatro nomes.