São Paulo vive situação crítica com pandemia e está em alerta máximo, diz Doria
O Estado de São Paulo vive situação de alerta máximo devido à situação crítica provocada pela pandemia de Covid-19 e está ficando sem espaço para a abertura de mais leitos de terapia intensiva, disseram autoridades nesta quarta-feira.
“Em São Paulo estamos com vários hospitais lotados e com números crescentes de infecção, internação e óbitos”, disse o governador João Doria (PSDB) em entrevista coletiva.
O Estado registrou recorde de mortes em 24 horas por causa da Covid-19 na véspera, com 517 óbitos. Adversário político do presidente Jair Bolsonaro, Doria cobrou uma coordenação nacional no combate à Covid-19 e voltou a criticar a gestão da pandemia pelo governo federal.
O secretário de Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, afirmou que o Estado tem anunciado a abertura de novos leitos de enfermaria e de UTI, mas tem se aproximado do limite, diante do crescimento constante a cada semana dos números de casos, de óbitos e de internações.
Recentemente, o Estado anunciou 280 novos leitos –sendo 140 de UTI– e nesta quarta a abertura de mais 338 novos leitos –167 de UTI. O governo paulista também deverá abrir até o final do mês 11 hospitais de campanha para tratar pacientes com o coronavírus.
Gorinchteyn disse que São Paulo deve chegar a abril com 15 hospitais de campanha dedicados à Covid-19 e 9.200 leitos de UTI no Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. Antes da pandemia, segundo ele, eram 3.500 leitos.
“Temos ainda leitos de UTI, mas a velocidade da doença, a velocidade da forma grave com que os doentes têm se apresentado, corre o risco de termos um comprometimento no nosso sistema de saúde”, disse o secretário, acrescentando que 32 municípios paulistas entraram em colapso e tiveram que pedir socorro a outras cidades.
“Ampliamos leitos e continuamos a ampliar leitos, distribuímos mais de 4 mil respiradores ao longo da pandemia para todo o Estado, estamos prestando assistência de tele-UTI para todos municípios que solicitaram… Mas nós não daremos conta de abrir mais leitos. Eu vou repetir, nós não daremos mais conta de abrir mais leitos. Precisamos da ajuda de todos, precisamos que fiquem em casa.”
(Atualizada às 14h58)