São Paulo tem preço ‘justo’ nos imóveis, mas aluguel ainda vale mais a pena, diz UBS; entenda
A cidade de São Paulo se destacou no último relatório do UBS Global Real Estate Bubble Index por aparecer entre as localidades com preço mais “justo” para imóveis e com menor risco de encarar a temida bolha imobiliária. Apesar disso, o banco destacou que o alugar um imóvel continua financeiramente mais atraente do que ter a casa própria.
A política fiscal expansionista do governo contribuiu para um crescimento econômico robusto, o que gerou, segundo o banco, mais demanda por moradias em áreas desejadas. Isso fez com que os preços subissem pelo segundo ano consecutivo, mostrando uma ligeira recuperação do setor. No entanto, o UBS destaca que os preços reais continuam mais de 20% abaixo do pico registrado no final de 2014.
- Veja o que está influenciando os mercados no Giro do Mercado nesta quinta-feira (26); ao vivo às 12h:
“Dada a inflação que segue alta, há uma grande probabilidade de aumento da taxa de juros nos próximos trimestres, o que limita o lado positivo dos preços reais dos imóveis residenciais”, avalia a instituição.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta terça-feira (24), manteve o tom hawkish já adotado no comunicado
Na ata, o Comitê ressalta que a resiliência na atividade, as pressões no mercado de trabalho, o hiato do produto positivo, a elevação das projeções de inflação e as expectativas desancoradas demandam uma política monetária mais contracionista.
Com as altas taxas de juros, o aluguel se tornou uma opção financeiramente mais atraente do que a compra de imóveis, segundo o banco. A demanda crescente por aluguéis levou a um aumento nos valores, o que também afetou o preço de compra das propriedades.
Quais cidades apresentam risco de bolha imobiliária?
O estudo UBS Global Real Estate Bubble Index avaliou ainda outras 24 cidades no mundo e concluiu que o risco de bolhas imobiliárias apresentou uma queda ligeira pelo segundo ano consecutivo. Mesmo assim, uma cidade está no topo da pontuação de risco: Miami.
Desde o final de 2019, os preços dos imóveis em Miami aumentaram quase 50%, e apenas no último ano, cresceram 7%. A cidade norte-americana tem recebido uma atenção especial da alta renda que compete por imóveis à beira-mar, aumentando os preços de compra e aluguel. Além disso, o UBS destaca o volume significativo de transações especulativas agrava o risco de uma correção de preços.
Logo abaixo de Miami, também no patamar de alto risco, estavam as cidade de Tokyo, em segundo lugar, e Zurich, em terceiro.
No geral, o relatório aponta que os desequilíbrios diminuíram na Europa, permaneceram estáveis na Ásia-Pacífico e aumentaram nos EUA. Enquanto isso, Dubai registrou o maior aumento de risco desde meados de 2023.
“Nos últimos quatro trimestres, os preços das moradias aumentaram quase 17% e estão 40% mais altos do que em 2020. O crescimento da renda tem sido robusto e o crescimento do aluguel superou até mesmo o crescimento dos preços, mantendo os rendimentos relativamente altos. Portanto, o risco de bolha está em território moderado, mas aumentou consideravelmente desde meados de 2023”, explica UBS.
Veja o ranking
Cidade | Nota | Risco |
---|---|---|
Miami | 1,79 | alto |
Tokyo | 1,67 | alto |
Zurich | 1,51 | alto |
Los Angeles | 1,17 | Elevado |
Toronto | 1,03 | Elevado |
Geneva | 1,00 | Elevado |
Amsterdam | 0,98 | Moderado |
Sydney | 0,78 | Moderado |
Boston | 0,78 | Moderado |
Vancouver | 0,77 | Moderado |
Frankfurt | 0,75 | Moderado |
Hong Kong | 0,74 | Moderado |
Tel Aviv | 0,69 | Moderado |
Dubai | 0,64 | Moderado |
Singapore | 0,59 | Moderado |
Madrid | 0,56 | Moderado |
Munich | 0,54 | Moderado |
San Francisco | 0,48 | Baixo |
London | 0,41 | Baixo |
New York | 0,37 | Baixo |
Paris | 0,35 | Baixo |
Stockholm | 0,32 | Baixo |
Warsaw | 0,23 | Baixo |
Milan | 0,20 | Baixo |
São Paulo | 0,04 | Baixo |