São Paulo elegerá o candidato de Bolsonaro à Prefeitura? Pesquisa da XP dá uma pista
Maior cidade do Brasil, São Paulo é uma peça estratégica no tabuleiro político nacional. Mesmo que diga que não pretende participar das eleições municipais, Jair Bolsonaro é incensado por candidatos à prefeitura paulistana, que tentam se vender como seu nome na disputa.
Mas a mais recente pesquisa da XP Investimentos, em parceria com o Ipespe, mostra que isso pode ser um tiro no pé.
Realizada nos dias 28 e 29 de setembro, a sondagem entrevistou 800 eleitores por telefone. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais. O cenário extraído é bastante diferente do recente surto de popularidade de Bolsonaro detectado em pesquisas nacionais.
Má influência
Segundo a XP e o Ipespe, 48% dos paulistanos consideram o governo Jair Bolsonaro ruim ou péssimo. Outros 23% o classificam como regular. Apenas 28% dos consultados afirmam que Bolsonaro faz um bom ou ótimo governo.
Trata-se de uma diferença notável, em relação à aprovação nacional recentemente conquistada. No fim de setembro, uma pesquisa CNI/Ibope apontou que 40% dos brasileiros aprovam o governo Bolsonaro. Em dezembro, o percentual era de apenas 29%.
O resultado apenas reforça a avaliação embasada por outros institutos de opinião pública: o súbito aumento da popularidade de Bolsonaro ocorre em regiões mais vulneráveis, como o Nordeste, onde o auxílio-emergencial de R$ 600 (agora, já em R$ 300) ajudou as famílias a não mergulharem na miséria absoluta, devido à pandemia de coronavírus.
Na maior e mais rica cidade do país, colar sua imagem à de Bolsonaro talvez não seja a melhor estratégia. Ainda assim, é o que o líder das pesquisas, Celso Russomanno (Republicanos) tenta fazer nas últimas semanas.
Preferências
Segundo a XP, o deputado federal lidera as intenções de voto, com 24%. O tucano Bruno Covas, atual prefeito e candidato à reeleição, vem em segundo, com 21%. Com a margem de erro de 3,5 pontos, Russomanno e Covas estão tecnicamente empatados. O tucano pode, inclusive, estar à frente, com 24,5%, no limite, contra 20,5%.
Em terceiro lugar, Guilherme Boulos, do PSOL, também surge em situação de empate técnico com o ex-governador Márcio França (PSB), com 10% e 9%, respectivamente.
Russomanno é quem mais capta a simpatia do eleitorado bolsonarista da cidade. De acordo com a pesquisa, ele receberá o voto de 31% dos paulistanos que apoiaram o ex-capitão em 2018. Covas surge em segundo, com o apoio de 22% dos bolsonaristas.
Além da grande reprovação de Bolsonaro na cidade, Russomanno enfrenta seus próprios problemas: 49% dos entrevistados disseram que não votariam nele de jeito nenhum. Os que votarão com certeza somam 23%. Bruno Covas também está no topo da rejeição, com 47%. Seus eleitores convictos somaram 20%.