Cidades

São Paulo: domingo tem mais baixa taxa de isolamento desde início da pandemia

11 maio 2020, 15:33 - atualizado em 11 maio 2020, 15:34
São Paulo Coronavírus
Neste último domingo, a taxa ficou em 53%, muito abaixo do que chegou a atingir em quase todos os domingos desde então, em torno de 59% (Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O estado de São Paulo apresentou ontem (10) a mais baixa taxa de isolamento para um domingo desde o dia 24 de março, quando começou a quarentena para evitar o avanço do novo coronavírus.

Ontem, a taxa ficou em 53%, muito abaixo do que chegou a atingir em quase todos os domingos desde então, em torno de 59%.

No período da quarentena, a única vez que a taxa havia caído em um domingo foi no dia 26 de abril, quando ficou em 58%.

Com a taxa de 53% para um domingo, dia em que costumam se registrar os percentuais mais altos de isolamento, o estado não atingiu o valor mínimo considerado satisfatório, fixado em 55%. A taxa de isolamento considerada ideal é acima de 70%.

Segundo o governador de São Paulo, João Doria, as taxas de isolamento e de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) e a disseminação do coronavírus pelo estado são as variáveis que vão determinar o fim do período de quarentena no estado, atualmente previsto para até o dia 31 de maio.

Durante a quarentena, somente serviços considerados essenciais podem funcionar no estado.

“Se mantivermos a média [de isolamento] de 55%, poderemos flexibilizar [as medidas] a partir do término dessa quarentena, no dia 31 de maio”, disse Doria.

Hoje, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o governador reafirmou que pode decretar lockdown em alguma região do estado caso a taxa de isolamento seja baixa e a de ocupação de leitos esteja próxima do colapso.

De acordo com Doria, se for decretado, o lockdown será feito de forma regionalizada ou local, e não generalizada por todo o estado.

São Paulo tem, até este momento, 46.131 casos confirmados de coronavírus, com 3.743 óbitos. Há 3.871 pacientes internados em UTIs e 5.877 em enfermarias. A taxa de ocupação de leitos de UTI no estado está em torno de 68,2% e, na Grande São Paulo, em 89,6%.

De acordo com Doria, se for decretado, o lockdown será feito de forma regionalizada ou local, e não generalizada por todo o estado (Imagem: Governo do Estado de São Paulo)

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, disse que, se a taxa de isolamento no estado não ficar acima de 55%, há possibilidade de os casos conffirmados chegarem a 400 mil até 5 de junho, “com o número de óbitos dobrando nesse período”. Com 55% de taxa de isolamento, São Paulo teria, segundo expectativas do governo paulista, 100 mil casos da doença.

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Medidas

Doria anunciou hoje duas medidas. A primeira é a troca de 8 mil botijões de gás vazios por cheios para moradores no Jardim Pantanal, na zona leste da capital, por meio de uma parceria com a Ultragás. O governo estima que a iniciativa beneficie 30 mil pessoas.

A distribuição será feita mediante cadastramento em entidades da região e deve ocorrer nos próximos 15 dias. Doria informou que a companhia de gás  investirá também cerca de R$ 2,4 milhões em doações em dinheiro para o sistema de saúde e insumos para abastecimento.

Doria anunciou hoje duas medidas. A primeira é a troca de 8 mil botijões de gás vazios por cheios para moradores no Jardim Pantanal (Imagem: Governo do Estado de São Paulo)

Outra medida anunciada é a entrega de 10 mil cestas básicas com alimentos fornecidos por produtores da agricultura familiar para aldeias indígenas e comunidades carentes de São Paulo.

As cestas contêm também frutas e legumes. “As cestas geram renda para esses pequenos produtores, muitos deles vinculados a pequenas cooperativas [e associações de quilombos], e fornecem alimentos para quem mais precisa”, disse o governador.