São Martinho (SMTO3) devolve os ganhos da abertura e fecha em queda de 1% com balanço ‘mais fraco’
São Martinho (SMTO3) operou entre as maiores altas do Ibovespa nas primeiras horas da sessão desta segunda-feira (10), com os investidores reagindo ao balanço do terceiro trimestre da safra 2024/2025 (3T25).
SMTO3 inverteu o sinal ao longo da sessão e fechou com queda de 1,29%, a R$ 22,12. Na máxima do dia, os papéis chegaram a registrar alta de 4,37%.
O lucro líquido da empresa caiu 25% na comparação com o 3T25, de R$ 210,635 milhões para R$ 157,921 milhões.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado teve alta de 50,4% no mesmo comparativo, de R$ 703,845 milhões para R$ 1,058 bilhão. Enquanto isso, o lucro caixa subiu 11%, para R$ 186,438 milhões
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O que dizem os analistas?
Mesmo com a queda do lucro na comparação anual, os analistas do Itaú BBA deram destaque para o resultado do Ebitda, que ficou 5% acima das expectativas do banco.
Eles também afirmaram que os números não trouxeram surpresas.
“Números operacionais mais fracos do que o previsto em comparação com a guidance (orientação) inicial foram recentemente antecipados pela São Martinho, sem notícias significativas do comunicado de resultados do 3º trimestre de 2025 na frente operacional”, escreve Gustavo Troyano em relatório.
Já o BTG Pactual, que reiterou a recomenda de compra para as ações, afirma que os resultados consolidados mais fracos podem ser atribuídos aos incêndios florestais, que impactaram negativamente tanto o mix de produção quanto o custo unitário do negócio de cana-de-açúcar.
Para os analistas, a operação de etanol de milho da companhia “finalmente” atingiu plena capacidade, contribuindo para um custo de produção altamente competitivo.
O que esperar de São Martinho daqui para frente
Os analistas do BTG Pactual avaliam que os resultados da São Martinho apresentaram uma tendência positiva para a próxima safra.
“Olhando para a próxima safra, que começa em abril de 2025, a temporada de chuvas mais favorável no período de entressafra até o momento, aliada à ausência de novos incêndios, sugere que a São Martinho está bem-posicionada para entregar uma melhora significativa na perspectiva de custo unitário em 2025/26”, escrevem os analistas Thiago Duarte, Pedro Soares, Guilherme Guttilla e Bruno Henriques.
Os analistas também têm a expectativa de preços mais altos para açúcar e etanol devem impulsionar a expansão das margens operacionais.
Já o Itaú BBA considera que as estimativas de consenso não têm clareza sobre a moagem de cana-de-açúcar na região Centro-Sul — o que tem deixado os investidores menos otimistas em relação aos gatilhos de curto prazo.
“Acreditamos que há uma assimetria positiva em nossos números neste momento. Isso pode potencialmente levar a um rendimento de fluxo de caixa do acionista (FCFE) de dois dígitos para 2025/26 sob premissas conservadoras”, dizem em relatório.
O banco tem recomendação de compra para SMTO3 com preço-alvo de R$ 37 — o que representa um potencial de valorização de 61,6% até o fim de 2025.
“Os investidores devem monitorar de perto os desenvolvimentos no mercado de commodities e a estratégia da empresa para tomar decisões de investimento informadas”, afirma o Itaú BBA.
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