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São Martinho (SMTO3): BTG reduz preço-alvo, mas vê ação bem posicionada para ‘surfar’ onda positiva; hora de comprar?

18 set 2024, 15:30 - atualizado em 18 set 2024, 15:30
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(Imagem: Linkedin/São Martinho)

A São Martinho (SMTO3teve seu preço-alvo reduzido de R$ 40 para R$ 38 (potencial de alta de 45% em relação ao fechamento de ontem, 17, em R$ 26,08) pelo BTG Pactual. O banco, que mantém sua recomendação de compra, enxerga na companhia uma empresa de qualidade, exposta ao açúcar, uma das poucas commodities agrícolas sobre a qual os analistas mantêm uma perspectiva estruturalmente otimista para os preços.

A instituição acredita que o etanol atua como um catalisador favorável no curto prazo, potencialmente impulsionando revisões de lucro para cima. Nos níveis atuais da ação, o risco de novas quedas parece limitado, tornando a relação de risco-retorno bastante atraente.

“Embora a ação não esteja exatamente barata, negociando atualmente a um yield de fluxo de caixa de 10% para 2026, continua sendo uma escolha sólida para investidores de longo prazo que buscam opções estáveis. Para aqueles com uma perspectiva de curto prazo, o catalisador do preço do etanol pode se tornar mais impactante mais perto do final do ano. Acreditamos que a recente queda no preço das ações oferece uma oportunidade atrativa de entrada, baseada no valuation“, explicam Thiago Duarte, Pedro Soares, Guilherme Guttilla e Bruno Lima.

O momento do mercado de etanol para SMTO3

Até julho, o consumo de etanol no Brasil em 2024 já havia atingido 19,0 bilhões de litros, com 2,8 bilhões consumidos somente em julho. Se esse ritmo continuar, a demanda total por etanol em 2024 pode chegar a 33 bilhões de litros, enquanto o BTG espera que a oferta total seja em torno de 31 bilhões de litros.

Essa diferença entre oferta e demanda sugere que os preços devem subir para conter a demanda e equilibrar o mercado. Os preços do etanol já subiram 27% no acumulado do ano, mas a forte demanda indica que há potencial para novas altas. Atualmente, a paridade de preços nas bombas em São Paulo está em 66%, abaixo da regra de 70%.

Este é o período do ano em que a moagem da cana-de-açúcar está no auge, levando a uma alta produção de etanol e níveis elevados de estoque. Além disso, os recentes incêndios em São Paulo e em outras áreas de cultivo de cana-de-açúcar aceleraram o ritmo de moagem.



“É desafiador estimar exatamente quando os preços do etanol subirão ainda mais, mas São Martinho está bem-posicionada para se beneficiar dessa tendência. A empresa deve produzir cerca de 1,1 bilhão de litros de etanol este ano. Cada aumento de R$0,10/litro no preço do etanol poderia resultar em um aumento de R$ 110 milhões em receita e R$ 80 milhões em Ebitda”, apontam.

Segundo os analistas, a São Martinho adotou uma postura mais conservadora em relação aos seus pares, não aumentando significativamente seus estoques de etanol no primeiro trimestre de 2025. A empresa vendeu, segundo as estimativas do BTG, 21% de sua produção anual total durante o trimestre.

“Embora a São Martinho pudesse ter assumido um pouco mais de risco para capitalizar sobre os preços mais altos do etanol, respeitamos sua estratégia cautelosa, especialmente em um setor onde os preços do etanol estão intimamente ligados à dinâmica imprevisível dos preços da gasolina – particularmente no Brasil, onde tanto os preços do Brent quanto as ações da Petrobras devem ser considerados”.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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