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São Martinho (SMTO3): ‘Brasil deve ser o fiel da balança no açúcar’; o que fazer com as ações, segundo BTG, XP e BBA

18 jun 2024, 17:33 - atualizado em 18 jun 2024, 17:33
açúcar são martinho
Questões como os preços de hedge e o aumento do mix para o açúcar foram alguns dos destaques dos analistas para São Martinho (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Na tarde desta terça-feira (18), a São Martinho (SMTO3) realizou uma teleconferência, após a divulgação dos resultados referentes ao quarto trimestre da safra 23/24 (4T24).

Durante o bate-papo, Felipe Vicchiato, CFO e diretor de relações com investidores, destacou o mix de cana-de-açúcar no ciclo atual, 52% para o açúcar e 48% para o etanol.

Quanto ao guidance de produção do ciclo 24/25, ele ressaltou um maior mix da cana própria da companhia, que deve ajudar a reduzir os custos em 2025, e o primeiro ano da operação da planta de milho, que deve operar em sua capacidade máxima em 2025.

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A operação de milho e o mercado do açúcar

A operação do milho da safra de 23/24, com moagem de 390,7 mil toneladas e custo de milho em torno de R$ 69,6/sc, apresentou um Ebitda negativo de R$ 42,920 milhões. Vicchiato ressaltou que o custo do milho comprado impactou a operação. Em 24/25, a companhia espera moer 495 mil toneladas, com um milho comprado a R$ 55,6/sc.

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Fora isso, o CFO falou sobre o avanço do custo caixa da operação de açúcar (+4%) e etanol (+10,6%) nos 12 meses da safra 23/24. O destaque negativo fica por conta da margem do etanol, que caiu 20,7 p.p., para 0,1%, pela queda nos preços do biocombustível.

Quando questionado sobre os preços do açúcar, que estão menores do que o mesmo período do ano passado (queda de 25% ano a ano, em torno de US$ 0,19), assim como o cenário de oferta global, Vicchiato destacou que há uma dificuldade na leitura do mercado da commodity.

“Existe uma premissa de que o Brasil produzirá mais açúcar e esse deve ser o fiel da balanço do mercado neste novo ciclo”, disse.

Como o BTG, XP e BBA viram os resultados da São Martinho?

O volume de ATR equivalente vendido pela SMTO3 foi ligeiramente acima da prévia do BTG Pactual, com 1,3 milhão de toneladas. Já o preço médio foi 5% menor devido aos preços de etanol realizados, que ficaram abaixo do esperado, compensados por custos unitários 3% abaixo das nossas estimativas. O BTG recomenda compra para ação, com preço-alvo de R$ 40.

“Com muitas ações brasileiras negociando a múltiplos baixos em comparação ao histórico, tememos que os investidores só sejam realmente interessados no caso dos preços de etanol e açúcar ofereçam um upside adicional a partir daqui. Enquanto o etanol depende de uma agenda regulatória mais favorável, permanecemos bastante otimistas em relação ao açúcar no médio prazo”, destacam os analistas do banco.



A XP Investimentos ressaltou o hedge forte do açúcar, em US$ 0,237, embora o preço médio deva diminuir nos próximos trimestres, uma vez que a companhia só fez hedge de 42% da produção esperada. A casa recomenda compra, com preço-alvo de R$ 44,30.

“O principal destaque na divulgação dos resultados foi a atualização do guidance, para o qual observamos que o total de ATR produzido provavelmente está acima do consenso. Do lado negativo, a cana-de-açúcar total moída e, portanto, o ATR total de açúcar e etanol ficaram ligeiramente abaixo de nossas estimativas”, apontam.

O Itaú BBA, que também indica compra, com alvo de R$ 35, viu resultados em linha com o esperado e uma surpresa para o Ebitda ajustado da empresa, que ficou 5% acima das suas expectativas.