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São Martinho deve importar etanol anidro no fim deste ano ou início do próximo

10 nov 2021, 9:54 - atualizado em 10 nov 2021, 9:54
Petrobras Combustíveis Gasolina Etanol
A demanda por etanol anidro é alta já que o consumo de gasolina vem aumentando, inclusive em detrimento do etanol hidratado, cujo preço está acima da paridade ideal com o derivado do petróleo (Imagem: REUTERS/Max Rossi/File Photo)

A São Martinho (SMTO3) deve importar etanol anidro – tipo que é misturado à gasolina – neste ano ou no início do próximo, afirmou o diretor Financeiro da companhia, Felipe Vicchiato, em teleconferência nesta terça-feira (9). “É para abastecer o mercado dada a forte demanda por anidro”, disse ele.

A demanda por etanol anidro é alta já que o consumo de gasolina vem aumentando, inclusive em detrimento do etanol hidratado, cujo preço está acima da paridade ideal com o derivado do petróleo.

O setor sucroalcooleiro busca evitar falta de oferta de etanol anidro por temores de que o governo reduza a mistura mínima obrigatória do biocombustível na gasolina, hoje em 27%.

Mais etanol

As usinas brasileiras podem usar uma parcela expressiva da cana-de-açúcar na temporada 2022/23, que começa em abril no Centro-Sul, para produzir etanol, afirmou o diretor Financeiro da São Martinho. “Se os preços atuais de etanol prevalecerem, usinas podem fazer bem mais etanol do que açúcar no próximo ano”, afirmou ele. “Hoje o etanol paga prêmio sobre o açúcar.

Então, do jeito que está, é possível que a safra brasileira seja bastante alcooleira no próximo ano, o que deixaria o açúcar em patamar bastante bom.”

Ele destacou ainda que os fundamentos globais também devem sustentar o adoçante. “A Índia está em safra agora e estimamos que a produção deva aumentar pouco, cerca de 1 milhão de toneladas; na Tailândia também deve haver recuperação nesse patamar. Mas achamos que isso não deve mudar muito o jogo, esses aumentos já estão precificados”, afirmou. “O lado bom estrutural do açúcar na Índia é a política de aumento da mistura de etanol na gasolina, o que reduz a produção de açúcar na região, algo importante no longo prazo”, disse. “Mas ainda vemos um cenário bastante justo de oferta e demanda de açúcar para o próximo ano.”

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