Santos Brasil (STBP3) dispara quase 20% após venda de participação da Opportunity para gigante francesa
As ações da Santos Brasil (STBP3) disparam nesta segunda-feira (23). Os papéis abriram com alta de mais de 18% e seguem na liderança da ponta positiva do Ibovespa (IBOV).
Na máxima do dia, STBP3 atingiu a cotação de R$ 15,14 (+19,12%). Os papéis encerraram o dia com avanço de 16,44%, a R$ 14,80. Acompanhe o Tempo Real.
O motivo para a forte alta das ações é a venda da fatia de 48% da Opportunity para a transportadora marítima de contêineres CMA CGM.
A gestora se desfez da participação a R$ 15,30 por ação. O valor representa um prêmio de 20,4% sobre o fechamento da última sexta-feira (20).
Embora a transação tenha sido anunciada a um valor de R$ 15,30 por ação, o valor final da operação está sujeito a alguns ajustes. Entre eles, o acréscimo de R$ 0,50 por ação, caso o fechamento do negócio ocorra até 31 de dezembro.
Se a operação não for fechada em 2024, além do valor adicional de R$ 0,50 por ação, haverá acréscimo de R$ 0,0023288 por dia a partir de 1º de janeiro de 2025.
Há também a previsão de ajustes negativos:
- redução de R$1,85160981 por ação após a conclusão da redução de capital de R$1,6 bilhão aprovada em 14 de agosto;
- redução de mais de R$1,85160981 por ação para quaisquer outras distribuições feitas entre 30 de junho de 2024 até a data de fechamento do negócio, salvo os dividendos anunciados em 7 de agosto;
- potencial redução de até R$0,20679 por ação, dependendo da resolução de certos processos administrativos e judiciais envolvendo a Companhia.
Além disso, a CMA CGM comprometeu-se a comprar as ações remanescentes pelo mesmo preço dos papéis no fechamento do negócio.
O pedido de fechamento de capital terá que ser apresentado em até 30 dias após a conclusão da operação.
Para o fechamento do negócio, a operação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).
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O que está por trás da reação positiva do mercado
Na avaliação da XP Investimentos, a operação é positiva para os acionistas da Santos Brasil, por pelo menos dois motivos.
Segundo os analistas, o prêmio oferecido por ações foi de um pouco mais de 20% em relação ao preço de fechamento das ações na última sexta-feira (20).
Além disso, os direitos de tag along dos acionistas minoritários foram mantidos, com o compromisso da CMA CGM de lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) de todas as ações remanescentes.
Já para o BTG Pactual, o fato de a CMA ser a compradora foi um “tanto inesperado”, já que outros players maiores em Santos eram considerados favoritos, como Maersk e MSC.
Na visão dos analistas do banco, a entrada da gigante de logística no mercado de contêineres de Santos deve alterar a dinâmica de mercado na região.
Também, eles esperam que não haja obstáculos antitruste para a aprovação do negócio pelas agências reguladoras.
Isso porque a CMA já era cliente da Santos Brasil, mas não possuía nenhuma operação nos portos brasileiros — ao contrário de Maersk e MSC.
O Bradesco BBI e a Ágora Investimentos avaliam que a operação entre a Opportunity e a CMA CGM podem ter uma “leitura cruzada” para as negociações de fusões e aquisições envolvendo o bloco de controle da Wilson Sons.
O Itaú BBA destaca que a operação pode potencialmente desencadear uma “guerra de ofertas” para STBP3, com a possibilidade de outros players com forte presença no porto de Santos se envolverem na negociação da participação restante, de 52%.
Os analistas do BBA afirmam ainda que a Santos Brasil passou por uma transformação significativa nos últimos anos e estava com uma “aparência afiada” para o futuro.
A ação STBP3 é a favorita (top pick) do banco para o setor.