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Santander (SANB11): Gatilho foi ativado? Ação sobe mais de 4% após resultados do 4T24

05 fev 2025, 10:38 - atualizado em 05 fev 2025, 11:18
Santander
(Imagem: Leila Melhado/iStock)

O Santander (SANB11) divulgou bons resultados no quarto trimestre, em mais uma etapa de sua recuperação da rentabilidade e dos lucros. Entre outubro e dezembro, o banco viu o seu lucro subir 75%, a R$ 3,9 bilhões, com a rentabilidade (ROE) escalando cinco pontos percentuais, para 17,6%.

É verdade que a base de comparação é fraca, já que em 2023 a filial do banco ainda estava engatilhando o seu processo de melhora dos números. Porém, as cifras superaram as projeções do mercado e de analistas.

A questão agora é saber se os resultados terão algum efeito prático no preço da ação. Isso porque os resultados do segundo e terceiro trimestre também superaram as estimativas, porém a ação pouco andou.

Em 2024, o Santander perdeu R$ 30 bilhões em valor de mercado, tombo de mais de 20%. Por outro lado, o lucro no acumulado do ano saltou 48,6%, a R$ 13,9 bilhões.

Às 11h18, a ação subia 4,75%, a R$ 26,71.

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Santander: Selic é barreira

Um dos pontos que emperraram o papel de andar foi justamente a deterioração do cenário macro no terceiro trimestre. Agora, os analistas querem saber o que banco vai fazer para se preparar para uma Selic, a taxa básica de juros, que pode beirar os 15%.

Em relatório, a XP diz que o crescimento deste trimestre foi ligeiramente mais lento do que o do trimestre anterior, “o que consideramos adequado, dada a provável piora macroeconômica prevista para 2025”.

“Por mais um trimestre consecutivo, o crescimento foi impulsionado pelo financiamento ao consumidor e pelas pequenas e empresas. Esses aumentos ofuscaram a queda de 3% no segmento corporativo”, coloca.

Para a casa, o Santander apresentou resultados sólidos novamente, em sua maior parte em linha com as expectativas, mas com EPS acima.

“Apesar da deterioração do cenário macroeconômico e da elevação das taxas de juros, o banco manteve resultados consistentes com boa qualidade de ativos. O NPL acima de 90 dias permaneceu em um nível confortável de 3,2%, estável pelo terceiro trimestre consecutivo”, diz.

Já o Safra destaca que os spreads melhoraram 60 pontos-base, enquanto as provisões líquidas foram 1,7% menores no trimestre.

“As taxas continuaram a ter bom desempenho, subindo 3,4% no trimestre, correspondendo aos nossos números, com a maior contribuição vindo de cartões e corretagem de valores mobiliários”, afirma.

Em relatório, o JPMorgan acolheu com satisfação o foco da gestão e a entrega no NPS (índice de satisfação dos clientes), agora em 75 para dispositivos móveis e 63 pontos para o varejo geral.

Além disso, para o banco, as taxas e custos tiveram bons desempenhos, com as taxas subindo 10%, ajudadas por corretagem, e cartões e total G&A subindo 3%.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.