Santander (SANB11): Lucro salta 75% e vai a R$ 3,9 bilhões no 4T24, acima do esperado
O Santander (SANB11) deu o pontapé inicial dos resultados dos bancões com lucro líquido gerencial de R$ 3,9 bilhões no quarto trimestre de 2024, alta de 75% em relação ao mesmo período do ano passado, mostra documento enviado ao mercado nesta quarta-feira (5).
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A cifra ficou pouco acima do esperado pelo consenso reunido pela Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 3,7 bilhões.
Apesar da recuperação dos números, após enfrentar deterioração da qualidade dos ativos no pós-pandemia, a ação do Santander pouco andou em 2024, em meio ao ceticismo do mercado com a piora do cenário.
A filial do banco espanhol, junto com o Bradesco (BBDC4), é apontada como uma das perdedoras com a esticada da Selic, a taxa básica de juros, que pode chegar 15% em 2025.
Mesmo assim, no ano, a ação já sobe 7% puxada pela recuperação da bolsa brasileira.
No ROE (retorno sobre o patrimônio), indicador que mostra a rentabilidade do banco e muito observado pelo mercado, houve aumento de 5,3 pontos percentuais, para 17,6%. Casas como Genial e XP esperavam de 16,5% a 17%.
Apesar disso, em relação ao terceiro trimestre, a variação foi mais tímida, de 0,6 ponto percentual.
No relatório, o CEO, Mario Leão, destaca que o banco está pronto para evoluir a rentabilidade com ‘disciplina de capital’.
“Colhemos os frutos desde incansável foco na centralidade dos clientes e já vemos avanços importantes na construção de uma operação mais robusta, diversificada, resiliente e capaz de gerar resultados consistentes”.
As receita totais ficaram em R$ 21 bilhões, elevação de 14,4% ante o mesmo período do ano passado, no que a instituição classificou como boa perfomance, com aumento tanto em margem com cliente, beneficiada por maiores volumes e spreads, quanto em margem com o mercado.
Houve ainda alta de 16% no ano e 5% no trimestre na margem financeira, que alcançou R$ 15,9 bilhões.
Expansão da carteira do Santander; e a inadimplência?
Em meio ao crescimento econômico, que pode ultrapassar 3,5% neste ano, o Santander continuou a expandir a carteira de crédito ampliada, que totalizou R$ 682 bilhões, alta de 6,2% na comparação no ano.
Já ante o terceiro trimestre, a carteira cresceu 2,9%, “com disciplina na alocação de capital, focando em linhas de maior rentabilidade e boa qualidade de ativos”.
Em relação ao índice de inadimplência, que mede a capacidade dos clientes de honrarem suas dívidas, o banco conseguiu controlar os principais indicadores.
O índice de 15 a 90 dias atingiu 3,7% em dezembro de 2024, estável no trimestre e com queda de 0,1 ponto percentual no ano.
Segundo o banco, em ambos os períodos houve melhora no índice de pessoa física, mas piora em pessoa jurídica (empresas).
Acima de 90 dias, a expansão foi de 0,1 ponto percentual, a 3,2%.
No caso da provisão para perdas com empréstimos (PDD), houve alta de 0,8% no trimestre, a R$ 5,9 bilhões, mas queda de 13,2% no ano, que segundo o Santander, foi puxado pela perfomance de recuperação de crédito.
“PDD e inadimplência seguiram controladas, o que se reflete na redução do custo de crédito”.
As despesas gerais totalizaram R$ 6,8 bilhões, alta de 4,8% no trimestre e 2,8% no ano, devido a impactos de maiores despesas de pessoal, além de maiores investimentos com tecnologia.