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Santander (SANB11) deixou a desejar no 2T22; analistas não recomendam compra

28 jul 2022, 13:06 - atualizado em 28 jul 2022, 13:06
santander
(Imagem: REUTERS/Kacper Pempel)

O resultado do segundo trimestre de 2022 do Santander (SANB11) veio em linha com o consenso do mercado. No entanto, a qualidade do balanço veio pior do que os analistas esperavam.

Os especialistas destacam que a margem financeira bruta da companhia foi pressionada pela queda nas operações com o mercado. Outro ponto negativo foi o aumento expressivo do custo de crédito.

Além disso, a ligeira expansão trimestral foi impulsionada principalmente pelos impactos de decisões judiciais, reversão de provisões cíveis/trabalhistas e uma baixa alíquota efetiva no trimestre, afirmam.

No pregão desta quinta-feira (28), as ações do Santander operavam em leve queda de 0,07%, a R$ 27,82, por volta das 11h50. O papel chegou a ser negociado a R$ 26,97 em sua mínima diária.

Após a divulgação do balanço, a Ágora e a Ativa Investimentos mantiveram recomendação “neutra/manter” para SANB11, com preços-alvo de, respectivamente, R$ 31,80 e R$ 35. Já o BB Investimentos rebaixou as ações de “compra” para “neutra” e atualizou o alvo a R$ 43.

Santander deixou a desejar

O Santander entregou um resultado negativo, de acordo com o BB Investimentos, apesar do lucro líquido recorrente de R$ 4,08 bilhões.

Segundo os analistas, o lucro, que foi influenciado principalmente pela queda na margem financeira líquida com o mercado — resultado negativo em R$ 1,51 bilhão — e pela escalada das despesas de provisões, teria sido de aproximadamente R$ 2,5 bilhões, equivalente a um retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) de 13%.

No trimestre, o banco elevou suas provisões mais que o esperado, aumentando o seu índice de cobertura e resultando em uma margem financeira baixa.

A provisão para crédito de liquidação duvidosa (PCLD) escalou 72,8% frente ao mesmo trimestre de 2021, superando com larga margem o crescimento das receitas e da carteira de crédito.

Já a carteira de crédito cresceu 2,9% na comparação trimestral, mas subiu apenas 6,5% no comparativo anual, “significativamente aquém do mercado”, avaliam.

Os analistas destacam como positivo a margem financeira com clientes do Santander, que cresceu 24,5% na comparação anual, “calcada na maior transacionalidade e melhor spread“.

Além disso, as receitas de comissionamento, que cresceram 5,7% na comparação trimestral, e as despesas gerais, que recuaram 6,4% ano a ano, ficaram abaixo da inflação no período.

“Os custos de pessoal e administrativos mostram bom controle, ao variar abaixo da inflação, e principalmente a inadimplência, que apresentou predominante estabilidade no comparativo trimestral”, destacam os analistas.

O que esperar de Santander?

Para os próximos trimestres, os analistas do BB Investimentos enxergam pressão contínua sobre a margem com o mercado, graças à sensibilidade da tesouraria à escalada de juros, além de maior custo de crédito (despesas com provisões), dado o endurecimento das condições macro sobre a capacidade de pagamento do público varejo.

“Soma-se a isso o fraco crescimento da carteira de crédito, e temos um cenário onde o Santander cria um certo descompasso com a indústria, que acreditamos deva mostrar números menos voláteis”, avaliam os especialistas.

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