Santander (SANB11) confirma melhora e mostra que pior ficou para trás, dizem analistas
O Santander (SANB11) repetiu no segundo trimestre a melhora vista no primeiro trimestre, destacam analistas. O banco reportou lucro líquido recorrente de R$ 3,3 bilhões, alta de 44% ante o mesmo período do ano passado, quando o banco ainda mostrava dificuldades, em meio aos impactos com a Americanas (AMER3).
Por volta das 10h, a ação liderava o Ibovespa, com alta de 2,30%, a R$ 28,96. Porém, o papel virou para queda por volta das 11h29.
O resultado foi impulsionado pelo sólido crescimento da receita total (alta de 14,5%), enquanto as provisões para devedores duvidosos (PDD) retraíram 1,4%, e as despesas administrativas permaneceram sob controle.
Ademais, o SANB registrou um ganho líquido não recorrente de R$ 1,9 bilhão relacionado ao seu acordo de joint venture com a Pluxee (benefícios corporativos), que foi compensado por provisões adicionais para perdas com empréstimos de R$ 1,9 bilhão.
Já o ROE, que mede o retorno sobre o patrimônio líquido, saltou 4,4 pontos percentuais, para 15%, retomando os patamares do quarto trimestre de 2022. Em relatório, o JPMorgan saudou a recuperação do indicador.
Outros destaques incluem:
- a aceleração do crescimento dos empréstimos, ajudada pelo câmbio e por segmentos de consumo selecionados, como automóveis, com aumento de 6% em relação ao trimestre anterior, e cartões;
- os empréstimos selecionados (clientes de renda mais alta) aumentaram 60% no ano, o que foi classificado pelo JP como surpreendente;
- as taxas foram positivas, impulsionadas pela forte corretagem e colocação de títulos (alta de 11% no trimestre), um bom indicador para algumas linhas de BTG e XP;
- na qualidade dos ativos, o NPL (empréstimos que não foram pagos aos bancos após 90 dias) manteve-se estável em 3,2%.
Por outro lado, a margem financeira ficou abaixo das estimativas em 2%, principalmente devido ao rendimento de mercado mais fraco.
Já o Safra diz que os números foram razoáveis, com tendências de melhor qualidade de ativos, “o que poderia ser uma leitura mais positiva para o Bradesco (BBDC4) em comparação com outros operadores históricos, observando que as safras de crédito mais recentes estão em melhor forma”.
O banco também afirma que ao contrário do primeiro trimestre, onde a queda dos lucros foi impulsionada principalmente pelo NII (incluindo o NII do mercado), a do segundo trimestre foi atribuída a despesas de provisão mais baixas, seguindo tendências de melhor qualidade dos ativos.
A provisão para perdas com empréstimos recuou 1,4%, para R$ 5,89 bilhões, puxado pela melhora da qualidade de crédito, enquanto a carteira de empréstimos consolidada do banco aumentou 7,8%, para R$ 665,59 bilhões.
Além disso, os analistas destacam a queda na inadimplência, refletindo uma abordagem conservadora à qualidade dos ativos do banco.
Santander: Destaque para linha de tarifas
A XP vai na mesma linha de outros analistas ao afirmar que o Santander entregou resultados sólidos, em sua maior parte ligeiramente acima do consenso.
“Apesar de um NII mais modesto e de um crescimento praticamente estável, o banco conseguiu reduzir sua provisão para perdas. Além disso, a receita de tarifas apresentou um forte crescimento de 17% em relação ao ano anterior, com contribuições de diferentes segmentos”, coloca.
O banco afirma que receitas de seguros, cartões e operações de crédito ajudaram a turbinar a linha.
Os NPLs acima de 90 dias permaneceram em “níveis confortáveis” de 3,2% e estáveis em relação ao trimestre anterior. “Prevemos uma reação ligeiramente positiva do mercado, refletindo o trimestre consecutivo de crescimento da lucratividade”, completa.