Santander (SANB11): Americanas (AMER3) ainda deixa marcas e banco decepciona no 4T23; e agora?
O mercado não deve reagir bem aos números do Santander Brasil (SANB11) no quatro trimestre de 2023 (4T23). É o que avaliam analistas ao destacarem que o lucro do banco ficou bem abaixo do projetado e interrompeu uma sequência longa de recuperação nos resultados.
O lucro foi negativamente impactado por perdas de crédito nas operações com grandes empresas. Segundo analistas, excluindo essa perda, o resultado ficaria em linha com o esperado, mas ainda teriam alguns sinais de atenção.
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Leonardo Piovesan, analista da Quantzed, ressalta que a inadimplência a longo prazo teve uma leve alta, mas as provisões preocuparam mais.
Piovesan destaca uma menção de nível de provisão de um caso específico no atacado. “É possível que a companhia tenha feito novas provisões devido à Americanas. Inclusive, teve um sell side comentando que o Santander era o único banco que não tinha provisionado 100% do crédito contra a Americanas, então pode ter sido isso a causa dessa provisão a maior”, diz.
Já Matheus Haag, da Guide Investimentos, destaca que as despesas em geral apresentaram crescimento elevado em função aos gastos maiores com serviços de terceiros e processamento de dados. Já nas receitas, o banco apresentou bons resultados com cartões e seguros, enquanto os números de asset management continuaram fracos.
Devido ao maior crescimento das despesas do que das receitas, o índice de eficiência piorou, diz. “O crescimento elevado das despesas e perda de eficiência do banco devem manter os investidores cautelosos com o nome”, afirma Haag.
No setor, a Genial tem preferência por Banco do Brasil (BBAS3), BTG Pactual (BPAC11) e Banco ABC (ABCB4).
Os números do Santander no 4T23
O Santander teve lucro líquido de R$ 2,204 bilhões no trimestre, alta anual de 30%, de acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira (30). O número veio bem abaixo do esperado, uma vez que o consenso do mercado, reunido pela Bloomberg, apontava para um lucro de R$ 2,7 bilhões.
A receita da companhia somou R$ 19,535 bilhões — avanço anual de 11% e trimestral de 5,4%.
A margem financeira do Santander foi de R$ 14,055 bilhões no período, alta de aproximadamente 12%. A margem seguiu tendência de melhora, com impacto favorável da sensibilidade à taxa de juros, dizem.
A carteira de crédito ampliada, por sua vez, teve salto de 9%, a R$ 643,040 milhões, impulsionada por avais e fianças no trimestre e pelo crescimento acelerado de títulos e avais e fianças no ano.
Já o índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 3,1%, alta de 0,1 ponto percentual no trimestre. A provisão para devedores duvidosos (PDD) foi negativa, de R$ 6,837 bilhões.