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Santander mira talentos nos EUA após cortes em Wall Street

03 jan 2023, 16:11 - atualizado em 03 jan 2023, 16:11
Santander
Nos últimos meses, o Santander fortaleceu globalmente seu banco de investimentos com contratações para cargos seniores (Imagem: Rafael Borges/ Money Times)

O Banco Santander vê uma oportunidade de contratar profissionais de rivais para ajudar a expandir seu banco de investimentos nos Estados Unidos, enquanto empresas de Wall Street se preparam para uma onda de demissões.

O Santander, que busca se tornar líder entre bancos do segundo escalão nos EUA, espera aumentar continuamente o número de funcionários em sua unidade de títulos e consultoria, disse em entrevista José Linares, chefe de banco corporativo e de investimento.

Embora não planeje um alto volume de contratações, o executivo destacou que sua unidade expandiu a equipe de forma consistente nos últimos cinco anos.

“Vejo isso como uma grande oportunidade”, disse Linares sobre os cortes de empregos em bancos americanos de porte. “Temos um negócio em crescimento e devemos, por isso, aproveitar a conjuntura do mercado onde isso faz sentido.”

Nascido na Bolívia, Linares lidera a iniciativa para impulsionar ainda mais o crescimento do banco de investimento dos EUA, após o Santander ter comprado por 600 milhões de euros a corretora Amherst Pierpoint Securities, entre os 25 primary dealers do Federal Reserve.

A aposta do banco espanhol nos EUA o diferencia de rivais europeus como o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria ou BNP Paribas, que reduziram a presença no mercado americano.

O acordo com a Amherst, concluído em novembro, fortaleceu a posição do Santander em renda fixa, mas também forneceu ao banco de Madri acesso a mais de 1.300 novos investidores institucionais aos quais o Santander pode “canalizar mercados emergentes e produtos europeus”, disse Linares.

Embora a Amherst não seja transformadora devido ao seu tamanho relativamente pequeno, “tem os elementos para transformar nossos negócios” no longo prazo, disse o executivo.

Linares acrescentou que o Santander não tem planos de enfrentar os grandes bancos de investimento em seu território doméstico, mas de se concentrar em nichos, como corretagem ou consultoria renovável. A Lei de Redução da Inflação do governo Biden está “criando uma oportunidade incrível em infraestrutura”, bem como em energia renovável, dois setores em que o Santander se considera líder, explicou.

Bancos dos EUA, entre eles o Goldman Sachs, estão entre as firmas de Wall Street que sinalizam cortes de empregos ainda neste mês.

Nos últimos meses, o Santander fortaleceu globalmente seu banco de investimentos com contratações para cargos seniores.

Em agosto, nomeou Mike Bagguley, ex-diretor de operações do Barclays International, para comandar sua divisão de mercados globais. Nos EUA, contratou Carlos Rivero para supervisionar transição energética e a prática de consultoria sustentável, um dos nichos em que Linares vê espaço para o banco se tornar líder global.

Antes de entrar no Santander em 2017, Linares passou quase duas décadas no JPMorgan Chase, primeiro como analista de pesquisa e depois como banqueiro de investimentos, ajudando a estabelecer as operações da empresa na Europa continental.

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