Santander indica papel do Tesouro Direto para encarar risco fiscal
Ainda apostando em títulos indexados à inflação, o estrategista do Santander Ricardo Peretti passou a recomendar o Tesouro IPCA+ 2024 neste mês de dezembro em vez do Tesouro IPCA+ 2026, com juros semestrais (sugerido em novembro), diante dos riscos de adiamento das reformas fiscais.
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“Estamos reduzindo minimamente a duration (prazo) do título público recomendado, de maneira a garantir uma menor oscilação do PU (preço unitário) de nossa sugestão”, diz relatório enviado a clientes.
No documento, Peretti cita as articulações políticas finais em meio à dificuldade de aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano. “Apesar da importância do tema do ponto de vista fiscal, a incerteza permanece grande em relação à probabilidade de aprovação.”
A falta de harmonia na política contrasta com a macroeconomia. Para o estrategista, indicadores seguem indicando expansão da atividade com inflação controlada. Um sinal verde para a continuidade do corte na taxa básica de juro.
“Para o mês de dezembro, acreditamos que a sinalização do Banco Central do Brasil em dar continuidade ao afrouxamento monetário já em curso, eventualmente levando a Selic abaixo do nível de 7% ao ano, favorecerá a performance dos títulos públicos.”
Por ora, a dúvida é se o patamar reduzido do juro básico será duradouro ou não. Nesta quarta-feira (6), o Comitê de Política Monetária do Banco Central deve atualizar o patamar da Selic, reduzindo-a em 0,5 ponto percentual, para 7% ao ano – o menor nível da história.
“De acordo com o formato da curva de juros, o mercado aguarda mais um corte de juros para a primeira reunião do Copom em 2018, desta vez menor, estabelecendo a Selic a 6,75% ao ano (em linha com as projeções do Santander)”, comenta Peretti.