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Santander deve entregar melhor retorno sobre patrimônio em 2021 do que a concorrência, diz Safra

27 out 2021, 14:47 - atualizado em 27 out 2021, 14:49
Santander
(Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

O Santander Brasil (SANB11) deve terminar o ano com o melhor retorno sobre patrimônio entre os pares privados, disse o Safra nesta quarta-feira (27), após a divulgação de resultados do terceiro trimestre da unidade brasileira do banco espanhol.

Nas contas do Safra, a métrica ROAE (Retorno Sobre Patrimônio Médio) terminaria o ano a 20,8%. Segundo a instituição, o Santander é negociado a um múltiplo P/E (preço sobre lucro) de 7,6 vezes projetado para 2022 e um P/BV (preço sobre valor patrimonial) de 1,6 vezes.

“Os números estão levemente acima da média dos grandes bancos, de 6,7 vezes e 1,2 vezes, respectivamente”, disseram os analistas Luis F. Azevedo, Silvio Dória e Gabriel Pucci. O Safra tem recomendação outperform para SANB11 — desempenho acima do mercado —, com preço-alvo R$ 51.

O Itaú BBA é um pouco menos otimista, com a estimativa de R$ 41 para o final do próximo ano. As units do Santander eram negociadas a R$ 35,53 nesta quarta, em alta de 1,1%, em meio ao avanço diário do Ibovespa de 1,4%.

Para o Itaú, a surpresa positiva do balanço do Santander foi da NII (receita líquida de juros) e menores provisões com despesas. “O cliente NIM [margem líquida de juros] teve uma gradual recuperação e NPLs [créditos não produtivos] estão aumentando”, diz trecho do relatório.

O documento, assinado pelos analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli, Marco Calvi e Karoline Correia, mantém a recomendação neutra sobre os papéis.

Para a Ágora Investimentos, o Santander apresentou um bom conjunto de resultados. A corretora destaca que a “surpresa positiva” sobre o crescimento forte nos ganhos de trading.

“Embora o custo do risco tenha aumentado e tenha ficado acima do estimado pelo Bradesco BBI, observamos que tanto o custo do risco quanto os NPLs ainda estão abaixo dos níveis pré-pandêmicos”, disseram os analistas Gustavo Schroden e Maria Clara Negrão.

A Ágora estima aumentos adicionais no custo do risco, uma vez que os inadimplentes devem continuar se normalizando para níveis pré-pandêmicos, aliados a uma mudança no mix do portfólio.

“As receitas de prestação de serviços também foram decentes, apesar da desaceleração em relação ao segundo trimestre, enquanto o crescimento das despesas operacionais reflete o esforço comercial de captação de clientes e aumentos salariais”, disseram os analistas

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Santander no terceiro trimestre

Santander teve lucro líquido gerencial (que desconsidera o ágio de aquisições) de R$ 4,340 bilhões no terceiro trimestre, alta de 12,5% em um ano.

No período de três meses encerrado em setembro, a carteira de crédito ampliada do banco foi a R$ 526,488 bilhões, alta de 13,1% na comparação anual.

A inadimplência de pessoas físicas subiu de 3,2% para 3,3% entre o segundo e o terceiro trimestres, e a inadimplência de pessoas jurídicas, de 1,1% para 1,3%.