Santander dá a letra: ‘Shoppings são nossa tese preferida para investir em tempos desafiadores’; veja as recomendações
Motivado pelo declínio das ações, os shoppings chamam a atenção do Santander no setor de real estate, ao invés das construtoras de baixa renda. Para os analistas, essa é uma boa área em meio às incertezas fiscais, projeções de inflação desafiadoras e uma política monetária mais contracionista nos próximos meses.
De acordo com relatório recente do banco, no acumulado do ano, as ações dos shoppings centers brasileiros chegaram a cair 22%, em média, e 21,5% para cada aumento de 100 pontos base nos juros reais taxas, com base no título indexado à inflação de 10 anos.
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“A magnitude do declínio que as ações dos shopping centers no Brasil têm experimentado recentemente, juntamente com níveis de avaliação extremamente descontados em comparação com padrões históricos, nos levou a comparar este recente desempenho inferior com outros tempos desafiadores para avaliar sua validade”, explicam os analistas Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni.
A comparação foi feita com base no desempenho das ações do setor no acumulado do ano com o apresentado em junho 2013 até o final da recessão econômica que se estendeu de 2014 a 2016, período do governo Dilma/Temer. Na avaliação do time, a queda de agora é o dobro do declínio médio por 100 pontos de base observado durante o mesmo período, o que abre uma janela de oportunidade nos ativos por conta do seu comportamento em momentos difíceis.
“Durante a recessão econômica, o setor negociou abaixo da sua valorização histórica padrão, com um spread médio de 15 pontos base, reforçando a sua resiliência histórica independentemente do cenário macro ambiente experimentado principalmente por ativos premium”, avaliam os analistas.
Somado a isso, o banco ainda acrescenta que o cenário é limitado para a oferta de novas áreas brutas locáveis (ABL), o que deve aumentar o poder de barganha dos grupos responsáveis por esses empreendimentos.
Desta forma, o Santander atualizou as metas e estimativas para o setor afim de incorporar os resultados do quarto trimestre de 2023 e do primeiro trimestre de 2024, além das novas premissas macroeconômicas da equipe do banco. Para os analistas, os fundamentos fortes estão sendo ignorados pelo mercado.
Quais ações investir no setor de shoppings?
Iguatemi (IGTI11) é principal escolha dos analistas do Santander, seguida, de perto, pela Multiplan (MULT3). Ambas as ações, para eles, oferecem uma combinação de avaliação excessivamente descontada e uma forte qualidade de ativos que se revelou resiliente durante outros períodos macroeconômicos desafiantes.
Ainda assim, eles destacam também que a Allos (ALOS3) possui uma avaliação e um potencial de valorização atraentes.
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O time avalia, no entanto, um preço-alvo menor para cada uma das ações, sendo, respectivamente, R$ 32,50, R$ 33,50 e R$ 29,50. Todas estão com avaliação “outperform“, ou seja, acima da média do mercado.
Confira as projeções:
Empresa | Ticker | Preço-alvo atual | Upside (retorno total) | Recomendação |
---|---|---|---|---|
Iguatemi | IGTI11 | R$ 32,50 | 69,20% | Outperform |
Multiplan | MULT3 | R$ 33,50 | 56,90% | Outperform |
Allos | ALOS3 | R$ 29,50 | 53,90% | Outperform |