Mercados

Santander: Com debandada de empresas da bolsa, SANB11 pode ser o próximo?

16 mar 2025, 16:00 - atualizado em 14 mar 2025, 17:52
Santander
A tese se fortalece, sobretudo, ao observar que o grupo já adotou uma estratégia semelhante no Santander México em 202 (Imagem: REUTERS/Raquel Cunha)

A bolsa brasileira está encolhendo, e não é de hoje. Só no último ano, foram nove fechamentos, de companhias como Cielo e AES Brasil. Neste ano, já foi anunciada a saída do Carrefour (CRFB3). Uma mistura de ações baratas com falta de gatilhos na bolsa levaram os controladores tirarem as empresas do mercado aberto.

Mas isso poderia acontecer com um dos maiores bancos do Brasil, o Santander (SANB11)? Ao olhar o retrospecto, a ação andou de lado. Nos últimos 5 anos, o papel cai 9%. Além disso, está longe de ser uma unanimidade entre analistas, embora o banco tenha entregado melhora nos últimos meses.

Penando nisso, a Genial fez um exercício para imaginar um cenário em que o controlador espanhol fechasse o capital da filial brasileira.

Atualmente, o Santander Espanha negocia com um valuation de 8x o preço sobre lucro (P/E) para 2024 e 6,2x P/E para 2025.

Para a corretora, em termos de P/L, a aquisição seria agregadora de valor para o controlador, dado que o valuation do Santander Brasil é inferior ao do grupo.

Além disso, o real se desvalorizou em relação ao euro e o Santander Brasil passa por um momento de melhora significativa na rentabilidade, com ROE de 17% no quarto trimestre de 2024, vindo de 8,1% no quarto trimestre de 2022.

Mas se quiser levar a filial brasileira, o Santander terá que desembolsar R$ 9,55 bilhões. O free float do Santander Brasil atualmente é de 9,7%

A tese se fortalece, sobretudo, ao observar que o grupo já adotou uma estratégia semelhante no Santander México em 2023.

A Genial recorda que o espanhol gradualmente ampliou sua participação até fechar o capital em abril de 2023, sob a justificativa de que o banco estava descontado. Na época do anúncio da intenção de delistagem, o banco negociava a 5,0x P/E 2023.

Além disso, há precedentes no próprio Santander Brasil. Em 2012, quando o banco negociava a múltiplos de 10,8x P/E 2012, o grupo reduziu a participação no Brasil em 5,76 pontos percentuais, passando de 81,4% para 75,6%.

Santander: Não para agora

Apesar dos pesares, a Genial diz que embora o caso mexicano sirva como referência, um possível fechamento de capital do Santander Brasil envolveria desafios estratégicos e financeiros.

“O Santander Espanha tem direcionado seus esforços para uma maior expansão para a América do Norte, o que poderia tornar uma operação de grande escala no Brasil algo contra-estratégico”.

Além disso, a alocação de capital é um fator crítico: com um payout elevado e uma robusta distribuição de dividendos, o Santander Espanha teria menor flexibilidade para realizar movimentos agressivos de crescimento e fechamento de capital simultaneamente em múltiplas regiões.

“O Santander Espanha anunciou recentemente que fará 10 bilhões de euros em recompras de ações em 2025 e em 2026 e previu maior lucratividade devido ao crescimento mais forte da unidade de banco de varejo nos Estados Unidos e ganhos de eficiência”.

Ademais, no momento, não houve qualquer sinalização oficial por parte do Santander Espanha sobre uma possível aquisição das ações remanescentes.

A Genial tem recomendação de compra para SANB11, com preço-alvo de R$ 25.

“De forma geral, projetamos uma melhora na rentabilidade do Santander, com o ROE subindo de 15,7% em 2024 para 16,5% em 2025. No entanto, consideramos desafiador alcançar um ROE de 20% em 2025, mesmo em um trimestre específico”.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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