Santander Brasil (SANB11): Dinâmica parece melhor que a de rival, levantam analistas; ação é oportunidade?
As ações do Santander Brasil (SANB11) titubeiam no pregão desta quarta-feira (25), em meio à repercussão dos números do terceiro trimestre do ano. Às 14h55, os papéis da companhia recuavam 0,62%, negociados a R$ 27,30 cada.
O bancão privado registrou lucro líquido de R$ 2,73 bilhões, queda de 12,6% em relação ao intervalo de julho a setembro de 2022.
Na comparação trimestral, no entanto, a linha apresentou um crescimento de 18,2%.
Analistas avaliam que os resultados do Santander vieram melhores que o esperado. A leitura inicial do BTG Pactual em relação ao balanço é positiva. A instituição lembra que o banco espanhol foi o primeiro a “puxar o freio de mão” no aumento de financiamentos no fim de 2021 e agora está “colhendo os frutos” dessa decisão.
O NII (receita líquida de juros) sofre pressão, enquanto o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 13% ainda está baixo, destaca o BTG. No entanto, a casa ressalta que a dinâmica do Santander já parece melhor que a do Bradesco (BBDC4).
“Vimos mais coisas boas do que ruins (comparadas às expectativas, naturalmente). Inclusive, estamos felizes que elevamos a ação no início do mês e acreditamos que os resultados do terceiro trimestre do Santander podem ajudar a melhorar o sentimento do mercado em relação aos bancos”, afirma o time de análise, em relatório oficial pós-divulgação de balanço.
Para a XP Investimentos, o Santander entregou uma recuperação saudável em termos de rentabilidade. O lucro, destacam os analistas, teve uma contribuição significativa de PDD (provisões para devedores duvidosos) no trimestre.
Enquanto isso, a Empiricus Research menciona a melhora gradual na inadimplência pela primeira vez em vários trimestres. A linha da inadimplência é considerada, inclusive, o destaque positivo do balanço pela casa de análise.
A recuperação, no entanto, não foi suficiente para que a empresa entregasse um bom resultado operacional.
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Chegou a hora de investir em SANB11?
A Empiricus Research reconhece a melhora gradual nos resultados da companhia, mas segue cautelosa com a tese.
“Ainda precisamos ver uma melhora mais intensa na margem com o mercado e na inadimplência para enxergar o Santander voltando aos seus tempos de ROE perto de 20%”, afirma a analista Larissa Quaresma. A recomendação da casa ainda é neutra.
O BTG também está neutro com os papéis do banco, enquanto o BB Investimentos, em relatório de repercussão dos resultados, elevou a classificação para compra, citando “indícios de maior ímpeto de crescimento de carteira nos períodos à frente”.
A Órama Investimentos, como outras instituições, menciona a melhora gradual dos números, com destaque para a estabilização da qualidade de ativo.
Por outro lado, a corretora não está confiante para recomendar a compra das ações agora por motivos de precificação.
“O Santander opera hoje a 1,8 vez o valor patrimonial, múltiplo mais alto do que os seus principais concorrentes”, diz. “Aqui na Órama, vemos outras opções mais atraentes no setor bancário, com destaque para as ações do Itaú (ITUB4)”.
A recomendação da Órama é neutra, com preço-alvo em 12 meses de R$ 30,50.