Bancos

Santander Asset vê com ressalva a melhora da bolsa e dos juros

25 ago 2022, 14:52 - atualizado em 25 ago 2022, 14:52
Mercados Wall Street EUA
Os investidores ainda têm dúvidas se a inflação dos EUA foi controlada e temem que a alta de juros provoque uma recessão, diz o executivo da gestora do Santander, que administra R$ 300 bilhões em ativos (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

A alta recente da bolsa e o alívio no mercado de juros futuros são vistos com ressalvas pelo presidente do Santander Asset Management, Carlos André.

Ele aponta incertezas com o ciclo de aperto monetário do Fed, principal risco para os ativos locais, e as eleições no Brasil.

Os investidores ainda têm dúvidas se a inflação dos EUA foi controlada e temem que a alta de juros provoque uma recessão, diz o executivo da gestora do Santander, que administra R$ 300 bilhões em ativos.

“O mercado tenta entender o quanto Fed poderá ser assertivo, mas sem a economia derrapar”, afirma. “Nosso cenário reflete uma incerteza elevada. Por isso, preferimos um posicionamento com menor exposição ao risco e maior diversificação.”

As ações mais defensivas ligadas a consumo, bancos e serviços públicos tendem a ter melhor desempenho na bolsa, avalia.

Eleições

Embora a maior ameaça venha do cenário global, os investidores também sentem falta de programas econômicos mais claros dos principais candidatos para a eleição presidencial, afirma o gestor. “Vemos prêmio na curva longa de juros, mas não temos visibilidade sobre política fiscal nos próximos três ou quatro anos.”

O Banco Central só deve ter espaço para retomar o corte dos juros no segundo semestre de 2023, e não no primeiro, como apostam os operadores no mercado de juros futuros, apesar do alívio da inflação com as medidas do governo, segundo André.

O Ibovespa subiu cerca de 10% em agosto, um dos maiores ganhos entre as principais bolsas mundiais no período, com empresas ligadas ao consumo doméstico favorecidas pela sinalização do Banco Central de fim do aperto monetário. No mesmo período, a taxa de juros futura com vencimento em janeiro de 2029 caiu de 12,7% para 11,9%, perto do menor nível desde abril.

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