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Santander Asset vê atratividade em juros e bolsa, mas ofuscada por cautela global

05 ago 2022, 12:20 - atualizado em 05 ago 2022, 12:20
Santander
A gestora espera impactos “relevantes” dessa estratégia na inflação corrente via desaceleração da atividade econômica nos próximos trimestres (Imagem: Rafael Borges/Money Times)

Os mercados locais de juros e bolsa carregam algum nível de atratividade, mas os riscos globais e a inflação ainda em curso barram posições mais otimistas, avaliou a gestora do Santander Brasil (SANB11) em carta mensal, na qual citou ainda revezes domésticos de natureza fiscal.

Para o câmbio, a visão adotada segue neutra, dividida entre commodities valorizadas, diferencial de juros mais favorável ao real, aversão a risco e enxugamento de liquidez pelo mundo.

Os gestores mantêm “algum viés para exposição tática aplicada nos juros nominais, mas classificam o posicionamento como “bastante cauteloso”.

As taxas de DI seguiam em queda nesta sexta-feira, depois de um tombo na véspera após o mercado entender que o Banco Central pode ter encerrado o ciclo de aperto monetário.

De toda forma, o pano de fundo para a avaliação mais conservadora da Santander Asset para a renda fixa é a visão desfavorável para o cenário internacional, com deterioração nas projeções de crescimento econômico, inflação ainda pressionada e problemas geopolíticos.

“À frente, seguiremos com posicionamento na direção de alta dos juros futuros internacionais, apesar da recente piora nas projeções de crescimento. Nesse sentido, o processo inflacionário global segue como determinante em nossa matriz de riscos”, disseram os profissionais na carta.

Sobre a indicação dada pelo Copom depois de elevar nesta semana o juro em 0,50 ponto percentual, para 13,75%, a Santander Asset calcula que a autarquia manterá a taxa nesse patamar por um período mais longo, pelo menos até meados de 2023, condição “fundamental”, segundo a casa, para provocar uma desaceleração consistente da inflação.

A gestora espera impactos “relevantes” dessa estratégia na inflação corrente via desaceleração da atividade econômica nos próximos trimestres.

“Ainda que o curto prazo continue marcado por dados de atividade positivos, os efeitos acumulados e defasados da política monetária restritiva serão mais intensos nos próximos trimestres; inclusive antecipamos modesta recessão mais para o final do ano”, disse a equipe de gestores.

Dessa forma, os profissionais explicam que os impactos da política monetária –combinados com a expectativa de normalização das cadeias produtivas e um comportamento mais comedido do preço das commodities e da taxa de câmbio– estão por trás da estimativa de desaceleração da inflação de níveis muito elevados, ao redor de 7%, neste ano para 5,5% em 2023 e algo mais próximo da meta de 3% em 2024.

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