Santander: apesar de cara, ainda vale apostar nas ações
O Safra revisou as expectativas do Santander (SAMB11) para 2021 após melhora no cenário econômico. O banco também incorporou o forte resultado do terceiro trimestre aferido pela companhia.
Com isso, o preço-alvo saltou de R$ 46 para R$ 51 até o final de 2021, o que implica potencial de valorização de 17%. A recomendação é de compra.
“Continuamos gostando do Santander Brasil como um caso de investimento, apoiado na boa dinâmica de ganhos com sólida recuperação da lucratividade após um 2020 desafiador”, dizem os analistas Luis F. Azevedo e Silvio Dória
A dupla afirma que a recuperação será apoiada na redução no custo do crédito, no aumento saudável da carteira de crédito, com alta de mais de um dígito, e na desaceleração dos spreads.
Além disso, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) deverá bater 18,9% em 2021, ante os 18,7% no ano passado.
“A boa execução da gestão do banco, refletida no histórico de sucesso nos últimos anos, nos dá confiança para esperar esses números”, argumentam.
Para o resultado operacional, o Safra elevou as expectativas de lucro em 12,4% em 2020 e 10,9% em 2021.
Dessa forma, a corretora espera ganhos de R$ 13,819 bilhões em 2020 e R$ 15,336 bilhões em 2021, que representam um ROE de 18,7% e 18,9%, respectivamente.
“Nada mal para uma expectativa de ROE de 16,6% em 2020 e 17,1% em 2021, há alguns meses”, pontuam.
Mas ações estão caras
Os analistas observam que o Santander não é uma pechincha. O preço da ação sobre lucro para 2021 está, atualmente, em 10,6 vezes, maior do que os 9,7 dos seus pares.
“Devemos apontar que as ações do setor estão abaixo dos preços pré-pandemia, e seus múltiplos estão abaixo do Ibovespa”, argumentam.
Bom ritmo deve continuar
Em 2021, os especialistas esperam outros bons resultados, com crescimento da receita líquida de juros, impulsionado principalmente pelo aumento ainda forte de sua carteira de crédito, que permanece em dois dígitos, apesar da desaceleração.
Com isso, o Santander deverá registrar um aumento de 5,4% no lucro líquido no quarto trimestre, “o que nos parece muito bom cenário, comparado às expectativas de seus pares no período”, completam.