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Sangria no Ibovespa (IBOV): Ações têm queda generalizada sob peso do fiscal e com Fed no radar; CVC recua 17%

18 dez 2024, 15:45 - atualizado em 18 dez 2024, 18:46
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Ibovespa cai mais de 2% sob peso do fiscal e novas falas do ministro Fernando Haddad (Imagem: Pixabay)

O Ibovespa (IBOV) enfrentou um dia de sangria nesta quarta-feira (18), enquanto o dólar bateu a R$ 6,27 na máxima do dia. Sob o peso do cenário fiscal brasileiro, no mesmo horário, apenas uma ação registrava alta no índice: Marfrig (MRFG3).

O principal índice da bolsa brasileira caiu 3,15%, aos 120.771,88 pontos.  Acompanhe o tempo real.



Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Banco Central e o Tesouro Nacional atuam para coibir eventuais movimentos especulativos de mercado, defendendo que há consistência no trabalho do governo na área fiscal.

Ele ainda afirmou que o Congresso Nacional deve finalizar nesta semana a votação de medidas de contenção de gastos, incluindo a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) enviada pelo governo, e se mostrou confiante de que não haverá desidratação das iniciativas.

“Nós estamos fazendo a nossa parte, né? Que é mandar as medidas e garantir que elas não sejam desidratadas, convencendo as pessoas de que são medidas necessárias para reforçar o arcabouço fiscal”, disse em entrevista a jornalistas.

Desde o anúncio do pacote fiscal, o mercado enfrenta estresse que vem penalizando o Ibovespa e aprofundando a desvalorização do real ante o dólar.

A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira  (17) o texto-base do projeto de lei que impõe travas para o crescimento de despesas com pessoal e incentivos tributários se houver déficit primário, além de permitir o uso de superávit de quatro fundos para pagar a dívida pública de 2025 a 2030.

O Projeto de Lei Complementar (PLP) 210 faz parte do pacote fiscal. De acordo com a Agência Câmara de Notícias, os deputados avaliarão nesta quarta (18) emendas apresentadas ao texto para concluir a votação.

Ainda, as atenções também são divididas pela última reunião do Federal Reserve do ano.

As apostas são de mais um corte de 0,25 ponto percentual, em linha com as últimas falas de Jerome Powell de que o Fed pode ser criterioso com a trajetória futura dos cortes na taxa de juros. O Fed também pode fazer uma pausa no seu afrouxamento monetário.

Perspectivas negativas

O cenário fiscal vem servindo como justificativa para o aumento da Selic, que caminha para atingir o patamar de 14,25% já em março de 2025, seguindo a projeção dada no comunicado da útlima reunião do Comitê de Política Monterária (Copom) de mais duas elevações de 1 ponto percentual na taxa, seguindo a última realizada neste mês de novembro.

Para o Itaú BBA, o Copom deve elevar a Selic a até 15% ao ano no atual ciclo de aperto monetário. Segundo o economista-chefe, Mario Mesquita, e a equipe de pesquisa macroeconômica da casa, a taxa deve permanecer nesse patamar até o final de 2025.

Em relação ao ritmo do ciclo, eles esperam duas altas de 1 ponto percentual (p.p.) nos juros — conforme indicado pelos diretores na reunião passada — e uma alta final de 0,75 p.p. na terceira reunião do ano, levando a Selic dos atuais 12,25% para 15%.

“Naturalmente, diante do balanço de riscos assimétrico para inflação, há possibilidade de um ciclo ainda maior”, ponderam.

As atualizações das projeções do BBA se deram, segundo os economistas, pela piora relevante das expectativas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do câmbio mais depreciado e da atividade ainda resiliente.

Para o dólar, o BBA projeta a taxa em R$ 5,70 em 2025 e 2026. “Apreciação da moeda é limitada pelo cenário de dólar forte globalmente; aumento do prêmio de risco doméstico refletindo as incertezas fiscais; e deterioração das contas externas”.

CVC despenca mais de 17% no Ibovespa

Em um dia de queda generalizada no principal índice da Bolsa brasileira, a CVC (CVCB3) se destacou entre as maiores quedas do Ibovespa com recuo de 17,11%, a R$ 1,55. Durante a sessão, os papéis caíram mais de 19%. No ano, a companhia acumula baixa de 55,71%.



O setor sofre forte impacto da alta do dólar e aversão do mercado ao risco, a Selic em ciclo de aperto monetário também joga contra. Neste cenário, de ontem para hoje, a empresa perdeu R$ 100 milhões em valor de mercado, segundo informações do BDM.

*Com informações da Reuters e Giovana Leal

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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