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Sanepar reacende esperança de revisão tarifária melhor; ações sobem 3%

21 mar 2017, 22:34 - atualizado em 05 nov 2017, 14:06

Um tombo de quase 18% no início de março acendeu um sinal de alerta para os investidores da Sanepar. A queda dos papéis aconteceu após a principal expectativa por trás da alta desde o re-IPO da empresa em dezembro do ano passado não se concretizar. Esperava-se que a Agepar (Agência Reguladora do Paraná) concedesse um reajuste tarifário para a companhia em um processo de quatro anos. E isso não aconteceu.

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A reguladora paranaense propôs um reajuste em dois ciclos de revisão de quatro anos, ou seja, em oito anos. Além disso, o aumento de 25,6% terá um cronograma de implementação lento e o primeiro será de apenas 5,7%. Isso ressaltou o medo de risco político, sempre presente nas empresas ligadas às concessões públicas no estado.

Mudanças

Desde então, os investidores passaram a fazer cálculos e a questionar a empresa sobre uma solicitação oficial para alterar a decisão do regulador. Apesar de dizer ao Valor que não iria recorrer, a Sanepar anunciou hoje o envio de dois pedidos para apreciação da Agepar antes da decisão final na sexta-feira. O primeiro é a inclusão dos custos adicionais nas bases regulatórias e, o segundo, trata de um ajuste para quatro anos.

“Embora este anúncio seja claramente extremamente positivo, também foi inesperado”, ressaltam os analistas do BTG Pactual. Joao Pimentel, Antonio Junqueira e Gustavo Castro lembram, contudo, que é difícil dizer se o pedido da empresa será realmente atendido e que, caso o ajuste em quatro anos seja aprovado, as tarifas precisariam subir (10% em termos reais) ao ano no período entre 2017-2020.

“Os investidores também podem ficar céticos quanto aos aumentos de 2019 e 2020, uma vez que serão realizados sob a administração de um novo governador do Estado do Paraná”, ressaltam. O BTG Pactual mantém a recomendação de compra e um preço-alvo de R$ 19 para as ações.

Armadilha

Caso nada aconteça, o Itaú BBA entende que a Sanepar continuará sendo vista como uma “armadilha de valor (empresa com um valuation atraente, que não será reclassificada, dada a percepção de alto risco) e continuará a negociar como se não houvesse nenhum quadro regulatório sendo estabelecido”, explicam os analistas Pedro Manfredini e Raul Cavendish.

O banco cortou o preço justo às ações para R$ 19 e manteve a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), o equivalente à compra.