Sanepar: queda das ações devido seca foi exagerada e abre boa oportunidade de compra, diz Inter
O Inter (BIDI11) está otimista com a Sanepar (SAPR11), mesmo que a crise hídrica já comece a afetar os resultados da companhia de saneamento do Paraná.
A corretora, que manteve a recomendação de compra com preço alvo de R$ 24,70 para os próximos 12 meses, o que implica valorização de 33%, classifica a queda dos papéis devido a seca como “exagerada, o que abre uma oportunidade”.
Nos últimos trinta dias, as ações da empresa acumulam baixa de 4,2%.
Crescimento à vista
O analista Rafael Winalda, que assina o documento, afirma que a Sanepar segue crescendo, com o número de ligações de água 2,2% superior. Além disso, as ligações com esgoto tiveram expansão de 3,7% no trimestre.
“Embora no que se refere à água, o Paraná já tenha cobertura de 100% do território, vemos oportunidade para crescimento no segmento de esgoto, uma vez que apenas 75% da população possui acesso a esse serviço”, argumenta.
Porém, ele afirma que o resultado da companhia começa a sentir os impactos da crise hídrica que castiga o estado. O governo já decretou estado de emergência e implementou uma série de medidas, como rodízios de consumo.
“O volume faturado de água e esgoto caiu no período, em razão tanto dos desdobramentos das medidas de isolamento social, quanto do racionamento de água na região metropolitana”, argumenta.
Ebitda cai, mas não é o fim do mundo
Com a queda das receitas, somada a elevação de custos, o lucro operacional despencou 25%. O Ebitda, que mede o resultado operacional, seguiu a mesma linha e encolheu 19%.
Contudo, o analista acredita que com o início do período chuvoso, o que deve amenizar a situação, e com o afrouxamento das medidas de isolamento social, as perspectivas tornam-se favoráveis para os próximos trimestres.
Já a XP Investimentos alerta que o investidor deve estar atento a alguns pontos, como a situação de emergência hídrica, que resultou na prática de rodízio de fornecimento pela companhia, e notícias relacionadas a suspensão da aplicação do reajuste tarifário de 2020.